Agência Estado
postado em 07/06/2016 08:27
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que tem que se analisar caso a caso dos ministros citados em algum esquema de corrupção. "Não acho que seja um risco nomear ministros citados na Operação Lava-Jato, porque depende do tipo de investigação. Não acho que seja elemento de grande peso, mas precisa olhar caso a caso", disse, em participação no Programa Roda Viva, da TV Cultura.Especificamente sobre o ministro do Turismo, Henrique Alves, o chanceler comentou que existe a acusação contra ele mas que tem que se provar. "É uma coisa complexa essa de fechar julgamentos por notícias que saíram nos jornais", falou.
Ele comentou que o Brasil é "medalha de ouro no combate à corrupção" e que a Lava-Jato corre como fator exógeno e cada ocorrência ou descoberta é indeterminada.
"Não dá para interferir ou parar a Lava Jato. O Brasil está mostrando que é capaz de olhar e arrumar a própria casa", afirmou. Serra também comentou que houve muita pressão para Temer diminuir ministérios e que isso teria prejudicado a nomeação de ministras mulheres, mas que não houve discriminação.
[SAIBAMAIS]Ele ainda ressaltou que o que está acontecendo no País não é golpe. "Tenho dois golpes nas minhas costas e eu sei o que é golpe. Quem inventou isso é estratégia contra-marketing", disse.
Serra falou que na reunião que teve na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e depois na Organização Mundial do Comércio (OMC), as autoridades se mostraram curiosas sobre a política nacional e que ele fez questão de explicar o que está ocorrendo no País. "E vamos continuar assim com todos que tiverem dúvida: vamos esclarecer o que está acontecendo", declarou.
O chanceler destacou que é importante que cada ministro mostre a real situação de sua área para montar um plano de ação para minimizar o que falta e trabalhar com o que possui. Sobre a pasta, Serra reiterou que pediu ao Planejamento R$ 800 milhões para cobrir pelo menos o que o governo brasileiro deve para organismos internacionais.
"R$ 960 milhões é o estoque da dívida que temos. Mas ela toda dá para pagar aos poucos. O que mata é o custeio no longo prazo e é inadmissível que estejamos devendo para organismos como a ONU, por exemplo", disse.