Politica

Governo quer votar hoje PL que rege nomeações de diretores de estatais

Líderes partidários precisam cumprir quarentena antes de assumir direção de empresas públicas; novo texto prevê que a única vedação seja ocupar o cargo ao mesmo tempo em que comanda a legenda

Paulo de Tarso Lyra
postado em 14/06/2016 17:08
O governo quer votar nesta terça-feira (14/6), na Câmara, o Projeto de Lei que cria novas regras para a nomeação de diretores de estatais e empresas públicas. Após reunião de líderes da base com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ficou acertada a derrubada da quarentena de 36 meses, a qual dirigentes partidários teriam de cumprir para serem nomeados para algum cargo de direção de estatal.

Pelo novo texto, que está sendo discutido na reunião de líderes na Presidência da Câmara, a única vedação é de que um dirigente de partido ocupe um cargo de direção de estatal ao mesmo tempo em que comanda a legenda.

A mudança contraria o discurso feito pelo presidente interino, Michel Temer, na semana passada, que pretendia acabar com as nomeações políticas para cargos em estatais. ;O importante é o bom senso na hora da nomeação. Avaliar se o indicado tem competência técnica para o cargo ou não;, justificou o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB).

Leia mais notícias em Política


Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), a alteração desvirtua o projeto. ;O que nós queríamos fazer era criar mecanismos de fiscalização mais eficientes, e não continuar permitindo que alguns de nós sejamos nomeados pra depois fiscalizá-los;, declarou Bueno.

Para que a matéria seja votada hoje, deve ser retirada a urgência constitucional do projeto chamado Auto de Resistência, que busca coibir a violência policial nas abordagens de investigações de crimes. Por falta de consenso, foi adiada a votação de um outro projeto que interessa ao governo: o que trata de normas de funcionamento dos fundos de pensão. Ficou definido que o novo texto será elaborado em conjunto pelo relator Marcus Pestana (PSDB-MG), por representantes do Senado - onde o projeto foi votado originalmente - e por representantes da CPI dos Fundos de Pensão, encerrada recentemente na Câmara.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação