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Delator diz que Queiroz Galvão pagou R$ 7 milhões a ex-diretor da Petrobras

Durante a última semana, a Queiroz Galvão foi citada em um suposto esquema de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB, atualmente no PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012

Agência Estado
postado em 20/06/2016 11:17
O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, prestou depoimento complementar, em sua delação premiada na Operação Lava-Jato, e afirmou que a empreiteira Queiroz Galvão pagou R$ 7 milhões ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. À PF, Baiano citou ainda Augusto Costa, suposto doleiro que teria atuado para a empreiteira, no Rio.

Durante a última semana, a Queiroz Galvão foi citada em um suposto esquema de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB, atualmente no PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) na operação de captação de R$ 1,5 milhão em recursos ilícitos.

Machado revelou ainda "medo" com uma "delação" da Queiroz Galvão Empresas não fazem acordos de colaboração premiada, mas, sim, de leniência.

Em seu depoimento à PF, em 2 de junho, Fernando Baiano relatou que, a partir de 2007/2008, Paulo Roberto Costa começou a pedir a ele para fornecer contas no exterior, "a fim de que empreiteiras efetuassem pagamentos de vantagens indevidas". Segundo o delator, o ex-diretor da Petrobras informava a qual pagamento era vinculada cada empreiteira. Neste período, afirmou Baiano, ele "não atuava em nenhum outro sentido além de prover as contas".

[SAIBAMAIS]"Por vezes, Paulo Roberto lhe informou que alguns dos pagamentos eram vinculados à Queiroz Galvão; que por volta de 2008, iniciou uma amizade com Augusto Costa, e que então Augusto Costa procurou o declarante para que ajudasse em questões da Queiroz Galvão junto a Diretoria de Abastecimento, como agilizar aprovação de aditivos, assinaturas de contratos, etc", relatou.

Baiano citou ainda Diego Candolo, que teria atuado com o delator no pagamento de propina.

"Por volta de 2010/2011 , passou a tratar diretamente com Augusto Costa sobre repasses de propina a Paulo Roberto Costa, entregando-lhe número de conta no exterior (de Diego Candolo) e dizendo o quanto deveria pagar, a fim de quitar seus compromissos com Paulo Roberto."



Fernando Baiano afirmou que entregou a Augusto Costa em duas ocasiões números de contas. "O total pago pela Queiroz foi de cerca de R$ 7 milhões, incluindo as ocasiões em que apenas passou contas a Paulo Roberto, não tendo falado diretamente com Augusto Costa."

De acordo com o delator, quando ele fornecia contas no exterior para pagamentos em favor do ex-diretor da Petrobras, Diego Candolo lhe confirmava, em seguida, quanto havia entrado, mas não indicava a conta que havia feito a transferência.

"Então comunicava Paulo Roberto que tal quantia havia ingressado nas contas do exterior; que se recorda ainda que, por volta de 2009, provavelmente primeiro semestre, Paulo Roberto lhe pediu para ir falar com Augusto Costa sobre um pagamento a ser feito pela Queiroz Galvão", disse o delator em seu depoimento.

Baiano relatou ter procurado Augusto Costa, que lhe disse para pegar cerca de R$ 700 mil em uma sala, em um prédio no centro do Rio. "A sala tinha uma grade externa e parecia ser uma sala de ;doleiro;, com estrutura aparentemente temporária; que então foi ao local com uma senha dada por Augusto, e ao dizer a senha recebeu a quantia; que ficou com o dinheiro por alguns dias, e então marcou um encontro com Paulo Roberto em local que não se recorda para entregar o dinheiro."

Defesas

"A Queiroz Galvão não teve acesso o oficial ao depoimento e não comenta investigações em andamento", comentou a empresa por meio de nota. A reportagem procurou a defesa de Paulo Roberto Costa. O espaço está aberto para manifestação.

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