Agência Estado
postado em 22/06/2016 16:02
Dinheiro, carros de luxo, helicóptero, armas e uma lancha. Esse foi o balanço final da Operação Turbulência deflagrado nesta terça-feira (21/6) pela Polícia Federal (PF) no Estado de Pernambuco, como parte de um esquema milionário de desvio de recursos públicos em obras da transposição do São Francisco e da Refinaria Abreu e Lima.
Conforme levantamento apresentado nesta quarta-feira (22/6) a PF apreendeu dois helicópteros, uma lancha e oito carros importados Na ação, também foram apreendidos dois revólveres calibre 22, um revólver calibre 38 e espingarda calibre 12. Todo o material, informou a PF, passará por uma perícia técnica.
Além dos bens de luxo e do armamento, foram apreendidos celulares e documentos, material no qual a PF pretende encontrar informações que apontem para o envolvimento de outras pessoas, o que levaria ao desdobramento das investigações.
As apreensões fazem parte de 60 mandados judiciais, entre eles cinco de prisão e 22 de condução coercitiva. Outros 33 foram de busca e apreensão.
A Operação teve como principal objetivo desmantelar um esquema criminoso de empresas fantasmas que teria desviado aproximadamente R$ 600 milhões. Parte do esquema de lavagem teria abastecido o caixa 2 da campanha à reeleição de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco, em 2010, e também a campanha presidencial dele, falecido após queda de avião em plena disputa eleitoral em agosto de 2014.
Investigações da PF apontam ainda que os empresários presos durante a ação (João Lyra de Mello Filho, Apolo Santana Vieira, Paulo Sérgio de Barros, Eduardo Bezerra Leite e Arthur Lapa Rosal) recebiam dinheiro por supostos serviços nas obras do São Francisco e na Refinaria Abreu e Lima e repassavam para políticos do Estado.
Paulo Sérgio continua foragido. Os demais foram presos e os advogados não se pronunciaram.
Defesa
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou ontem não ter conhecimento de empresas de fachada supostamente usadas para comprar a aeronave utilizada por Eduardo Campos em 2014, empresas que estariam também envolvidas em caixa dois para a campanha de Campos ao governo de Pernambuco em 2010. "Não posso entrar em maiores detalhes porque só posso falar do que sei. Acredito na retidão de Eduardo", afirmou.
Em nota oficial do partido, assinada por Siqueira, o dirigente informa "ter plena confiança na conduta do nosso querido e saudoso Eduardo Campos, ex-presidente e ex-governador de Pernambuco". O partido diz ainda apoiar as investigações. "Ao final, não restarão quaisquer dúvidas de que a campanha de Eduardo Campos não cometeu nenhum ato ilícito", frisa a nota.