Eduardo Militão
postado em 23/06/2016 18:25
O Ministério Público pediu à Justiça que a Polícia Federal fizesse um ;auto de constatação; nos bens e objetos da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) enquanto apreendia documentos do marido dela, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso nesta quinta-feira (23/6) na Operação Custo Brasil. No entanto, o juiz substituto da 6; Vara Federal Criminal de São Paulo, Paulo Bueno de Azevedo, rejeitou a solicitação. Gleisi é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal, por ter foro privilegiado, e não pode ser investigada pela Justiça de primeira instância.Segundo Azevedo, a busca, feita hoje pelos agentes e delegados, ;deve ser direcionada exclusivamente aos bens, objetos e documentos; do ex-ministro. ;Tudo o que for de propriedade ou posse da senadora deve ser excluído de qualquer medida pelas autoridades policiais, eis que ela não é investigada nesta primeira instância;, anotou o juiz da 6a Vara.
Se fosse autorizada, a medida poderia embasar um futuro pedido de busca e apreensão contra a senadora, desta vez expedido pelo STF.
Na decisão, Azevedo determinou que as provas colhidas pela PF fossem compartilhadas com a apuração contra a senadora na suprema corte. Um e-mail apreendido pela polícia mostra que o advogado Guilherme Gonçalves, que atuou nas campanhas de Gleisi, recebeu dinheiro de uma fornecedora do Ministério do Planejamento para quitar despesas eleitorais da parlamentar.
A empresa, a Consist, é o pivô da Operação Custo Brasil. Segundo a PF, 70% de seu contrato com o governo era destinado ao pagamento de propinas, que somaram R$ 100 milhões e beneficiaram várias pessoas, entre elas Paulo Bernardo e o Partido dos Trabalhadores.
Operação Custo Brasil
A Polícia Federal divulgou nesta quinta (23/6) os nomes dos alvos de pedidos de prisão no âmbito da Operação Custo Brasil, que investiga um esquema de corrupção que teria desviado R$ 100 milhões de contratos de tecnologia do Ministério do Planejamento A operação é um desdobramento da 18; fase da Lava-Jato, a Pixuleco II, cuja investigação foi remetida à Justiça Federal em São Paulo.
Além de Paulo Bernardo, ex-titular da pasta que foi preso nesta manhã em Brasília, e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que já está detido em Curitiba por causa de envolvimento com a Lava Jato, foram alvos:
- Daisson Portanova
- Dércio Guedes de Souza
- Emanuel Dantas
- Guilherme de Sales Gonçalves
- Joaquim José Maranhão Câmara
- Nelson Luiz Oliveira Freitas
- Paulo Adalberto Alves Ferreira
- Valter Correa da Silva (já está na PF em São Paulo)
- Washington Luiz Viana (já está na PF em São Paulo)
A PF não discriminou, no entanto, quais desses alvos estariam presos, além de Bernardo, Vaccari, Valter Correia e Washington Luiz. Dois mandados de prisão não foram cumpridos porque as pessoas não foram localizadas.
*Com informações da Agência Estado