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O que dizem os investigados na Operação Custo Brasil

Os investigados na Operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo nesta quinta-feira (23/6), negam as acusações que pesam contra eles

Eduardo Militão
postado em 23/06/2016 19:55
A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo, por meio de nota oficial, afirmou que a prisão do petista é ilegal por não preencher os requisitos previstos na legislação brasileira. Os advogados explicaram que o seu cliente sempre se colocou à disposição da Justiça, Polícia Federal e Ministério Público Federal para prestar qualquer tipo de esclarecimento.

;O Ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de cooperação técnica com associações de entidades bancárias, notadamente a ABBC e SINAPP, não havendo qualquer tipo de contrato público, tampouco dispêndios por parte do órgão público federal;, diz a nota. A atesta ainda que o ministro não avalizou qualquer tipo de irregularidade. ;Ainda assim, dentro do Ministério do Planejamento, a responsabilidade pelo acordo de cooperação técnica era da Secretaria de Recursos Humanos e, por não envolver gastos, a questão sequer passou pelo aval do ministro.;

A senadora Gleisi Hoffmann, em tom emocional, diz que foi surpreendida com ;mais de dez pessoas estranhas em minha casa com ordem de busca e apreensão;. Ela criticou o mandado judicial. ;Prisão preventiva para prevenir o que? Uma fuga? Um conluio? Qual risco representa ele?;, questionou. Ela afirmou que tudo o que o casal tem foi comprado com o salário. ;Quem nos conhece sabe que não fizemos fortuna, não temos conta no exterior, levamos uma vida confortável, porém modesta. O patrimônio que temos, parte financiado, foi comprado com nossos salários.;


O Partido dos Trabalhadores condenou e classificou de ;desnecessária e midiática; a busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na sede da legenda, em São Paulo. ;Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT.; A sigla afirmou que não tem nada a esconder. ;A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência.;

A Prefeitura de São Paulo, em nota, comunicou que o secretário de Gestão, Valter Correia da Silva, solicitou exoneração do cargo por meio do seu advogado para poder se defender de acusações, que são alheias à administração municipal.

O site 247, dirigido pelo jornalista Leonardo Attuch, informou que ele prestou depoimento no âmbito da Operação Custo Brasil ;forma voluntária e espontânea. ;Não procede a informação divulgada de que ele tenha sido levado coercitivamente para prestar depoimento na sede da Polícia Federal ou em qualquer outro lugar;.

A Consist limitou-se a comunicar que ;sempre colaborou e continuará colaborando com a Justiça Federal e com os órgãos de investigação;. A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto não se manifestou. O ex-ministro Carlos Gabas afirmou que sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos.

Hoje foi um dia muito triste na minha vida como mulher, como política e, sobretudo, como mãe. Conheço o pai dos meus filhos. Sei das suas qualidades e do que não faria, por isso sei da injustiça que sofreu nesta manhã.

Os demais investigados não foram localizados pelo jornal.


Veja quem são os alvos da Operação Custo Brasil


Juiz ordenou 11 prisões preventivas, 14 conduções judiciais e 40 buscas e apreensões


Prisões preventivas

1. Paulo Bernardo Silva, ex-ministro

3.Valter Correia da Silva , ex-secretário do Ministério

4. Guilherme de Salles Gonçalves, advogado de Gleisi em eleições

5. João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT

6. Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT

7. Washington Luiz Viana, ligado à empresa CSA Net

8. Nelson Luiz Oliveira Freitas, ex-diretor do ministério

9. Joaquim José Maranhão da Câmara, ligado à empresa Consucred

10. Emanuel Dantas do Nascimento, ligado à empresa Consucred

11. Dércio Guedes de Souza, ligado à empresa JD2

12. Daisson Portanova, advogado

Ordem de condução judicial

1. Carlos Eduardo Gabas, ex-ministro da Previdência

2. Leonardo Attuch, jornalista

3. Ana Lúcia Amorim de Brito

4. Adalberto Wagner Guimarães de Souza

5. Gláudio Renato de Lima

6. Hernany Bruno Mascarenhas

7. Hissanobu Izu

8. José Silcio Moreira da Silva

9. Josemir Mangueira Assis

10. Lucas Kouji Kinpara

11. Luiz Augusto Nardez Boa Vista

12. Marcelo Maran

13. Zeno Minuzzo

14. Armando Trivelato filho

Fonte: Autos na 6a Vara Criminal Federal de São Paulo

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