Com a articulação política tímida no Senado para tentar reverter os votos pró-impeachment, os efeitos da Operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo, e ainda o mergulho estratégico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os aliados da presidente afastada Dilma Rousseff tentam a última cartada para retomar o poder. Amanhã, às 19h, reunião no Palácio da Alvorada com lideranças políticas ligadas à petista e grupo de juristas pretende amarrar juridicamente proposta de novas eleições para ser encampada por Dilma caso ela retorne à Presidência da República. Os 10 senadores da bancada do PT no Senado fecharam questão e apoiam integralmente a convocação de um plebiscito para a população brasileira decidir em relação à realização de eleição presidencial neste ano.
O objetivo do encontro é conceber um formato com amparo constitucional para chamamento de eleições e apresentá-lo posteriormente a um grupo de 13 a 15 senadores que, na avaliação dos petistas, poderiam mudar o voto e apoiar o retorno de Dilma. O Correio apurou com fontes petistas que a articulação política no Senado está praticamente parada. Os obstáculos enfrentados, avaliam os aliados de Dilma, são bem maiores do que o imaginado. A primeira dificuldade apontada é que o presidente interino Michel Temer tem a caneta na mão. Foi assim que o peemedebista deu um passo para assegurar o voto do senador Romário (PSB-RJ) a favor do impeachment. Temer, na segunda-feira, trocou o titular da Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Ele nomeou para o cargo Roseane Cavalcante Freitas, indicada pelo político carioca.
As pesquisas de opinião divulgadas até o momento foram consideradas ruins pelos petistas. Apesar de grande parte das pessoas rejeitar o governo provisório, a população indica que não quer o retorno de Dilma. O outro obstáculo é a própria divisão do partido em relação ao chamamento de novas eleições. Parlamentares do PT afirmam que até a presidente está perdida em relação a este assunto. Reclamam que, até agora, faltando aproximadamente um mês e meio para a definição do impeachment no Senado, não há uma proposta clara, definida, e com amparo constitucional, para apresentar e tentar ;virar; os votos.
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