Paulo de Tarso Lyra
postado em 28/06/2016 06:40
O governo tem pelo menos 800 nomes parados à espera de nomeação no segundo e terceiro escalões dos ministérios e nos estados. Esse número não leva em conta as vagas que estão em aberto nas estatais e nas autarquias, que só começarão a ser preenchidas após a sanção da lei que define novas regras pra indicações de cargos públicos. O ato estava previsto para hoje, mas acabou adiado, pois o Planalto quer analisar com calma os vetos propostos tanto pela equipe econômica quanto pela área política. A dificuldade para preencher as vagas preocupa o Planalto, inquieta os ministros que não conseguem completar suas equipes e irrita aliados no Congresso, o que é não é um bom indicador em tempos de votação de impeachment no Senado e de medidas econômicas na Câmara.
[SAIBAMAIS];Muitos destes nomes estão parados por questões burocráticas de checagem de dados, antecedentes. Às vezes, quando o cargo é muito alto, como um secretário executivo, nós bancamos a indicação. Precisamos suprir essa demanda;, reconhece o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
Ele admite ser necessário um pente fino para as indicações públicas, mas afirmou que, em muitos casos, o rigor na seleção atrapalha o funcionamento do Executivo Federal. Ontem, durante a reunião do núcleo de infraestrutura com o presidente em exercício, Michel Temer e os líderes do governo na Câmara e no Senado, o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, disse que tem um nome qualificado para trabalhar na agilização de licenças ambientais em consonância com o atual código florestal e que, simplesmente, não consegue colocá-lo no cargo.
Apesar de apenas Zequinha ter expressado essa insatisfação em público ontem, ela permeia toda a Esplanada. Parte das vagas está aberta após a exoneração dos antigos ocupantes. E parte delas ainda está preenchida por integrantes do governo anterior, o que paralisa a máquina federal. No encontro ministerial de ontem, muitos auxiliares de Temer defenderam uma presença maior do governo federal nos estados, como uma forma de contrapor-se aos ataques promovidos por petistas, muitos ainda alojados na estrutura federal.
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