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Gleisi comenta soltura de Paulo Bernardo na comissão do impeachment

Gleisi recebeu a notícia da soltura de Paulo Bernardo durante sessão da Comissão Especial do Impeachment, destinada à oitiva das últimas testemunhas de defesa, e leu parte da decisão do ministro Dias Toffoli no plenário



"Isso é fundamental para mim, para nós, porque essa prisão não tinha base nenhuma. Quem leu a decisão judicial, não precisava nem ser advogado, via de pronto a fragilidade", disse. A parlamentar reiterou que ela e o marido nunca se recusaram a colaborar com a Justiça. "Somos pessoas públicas e respondemos por tudo que fazemos, agora não podemos permitir que a Justiça não seja seguida." Ela também lamentou comentários de membros da comissão contra Bernardo. "Infelizmente nesse País, julga-se primeiro antes de ter informação."

Depois da prisão preventiva do marido, na última quinta-feira, 23, a senadora ficou apenas dois dias afastada do trabalho. No início da semana, ela voltou a participar das sessões da Comissão do Impeachment, onde é considerada uma das principais integrantes da tropa de choque da presidente afastada Dilma Rousseff. Na ocasião, Gleisi acusou a Polícia Federal de cometer excessos para "espetacularizar" o processo. Segundo ela, a Justiça atua de maneira seletiva e promove "carnavais midiáticos contra alguns políticos".

Após quase uma semana preso, Dias Toffoli mandou soltar o ex-ministro por considerar que não há provas que justifiquem a manutenção da medida contra Paulo Bernardo. O ministro também considerou que não há qualquer indício de que, solto, ele poderá fugir do País para escapar de eventuais punições, e que o fato de as investigações ainda não terem localizado o produto do crime não pressupõe que haja perigo de fuga. Ele manteve a investigação na Justiça Federal de São Paulo, e não no STF como pedia a defesa do ex-ministro.