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Se cometeu irregularidades, que responda por elas, diz Cunha sobre delator

Eduardo Cunha afirmou que desconhece "o conteúdo da delação" e que, por isso, não poderia comentar detalhes



Em depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleto contou que Cunha cobrava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo fundo, conforme fonte com acesso às investigações. Cleto foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa entre 2011 e dezembro do ano passado, indicado ao cargo por Cunha. Ele integrava também o Comitê de Investimento do FI-FGTS, colegiado que aprova os repasses de recursos em empresas.

Aos procuradores da Operação Lava-Jato, o delator contou que tinha reuniões semanais com o peemedebista, em Brasília, para informar de forma pormenorizada quais grupos buscavam apoio do banco público e definir quais seriam os alvos do achaque.

Seleção
Em depoimentos de delação premiada, Fábio Cleto disse que Eduardo Cunha decidia quais empresas deveriam receber aportes do Fundo de Investimento do FGTS. Ao tomar conhecimento dos valores pleiteados pelas companhias, explicou o colaborador, o deputado indicava quais lhe interessavam e pedia que Cleto trabalhasse para aprová-los. Uma fonte com acesso às investigações explicou que o deputado mandava reprovar os investimentos que fossem de interesse do PT. Nesses casos, a ordem seria para "melar" os aportes.