Politica

Eleições em outubro terá alterações que vão mudar forma de fazer campanha

Especialista afirma que, em 2016, será importante a aposta na militância virtual

postado em 06/07/2016 06:30
Vitorino:

Sancionada em setembro do ano passado, a minirreforma eleitoral traz diversas alterações que devem mudar a forma de fazer campanha no país. A nova lei valerá pela primeira vez nas eleições municipais de outubro deste ano e dois aspectos específicos testarão a capacidade dos governantes de se reinventar: a proibição da doação eleitoral por parte de empresas e o tempo de campanha, que foi reduzido pela metade.

O especialista em comunicação e marketing político digital Marcelo Vitorino afirma que o pleito este ano será atípico, pois não pode ser baseado no passado nem servir de parâmetro para o futuro. Pelas novas regras eleitorais, os concorrentes terão menos tempo para mostrar quem são, especialmente, nos meios de comunicação de massa. A corrida eleitoral só poderá começar 45 dias antes do dia da votação. Antes eram 90 dias. ;Será um grande teste e, provavelmente, as regras serão alteradas de novo depois dele. Os partidos terão de que reaprender a fazer campanha e se dará bem quem apostar no princípio básico da política, que é a militância;, comentou.

Na opinião do pesquisador, uma boa campanha neste ano tem de apostar em alguns caminhos básicos: mobilização nas ruas, militância virtual, investimento em campanha ideológica e apresentação de um bom conteúdo. Ao falar sobre a militância virtual, Vitorino destaca que não se trata de redes sociais, mas de um bom uso dos recursos da internet, como e-mails e comunicadores instantâneos. ;As manifestações de 2013 criaram uma falsa ideia de que a internet serve para mobilizar as massas, mas as pessoas na internet não defendem pessoas, elas defendem causas, e isso tem de ser levado em consideração.;



A nova legislação também diminuiu o tempo para trabalhar a imagem dos candidatos: o período de propaganda na televisão passou de 45 para 35 dias. De acordo com Vitorino, antes, você investia na figura do postulante e convencia a população por meio da repetição nos meios de comunicação. ;Hoje, não há mais tempo para se investir nessa linha de campanha, por isso é necessário apresentar um conteúdo para o eleitor, por meio de um bom site. E o bom conteúdo é segmentado. Isso é uma vantagem que a internet traz. Eu posso falar coisas diferentes para segmentos diferenciados;, comenta. O professor ressalta que um bom site de campanha tem de responder três perguntas essenciais sobre o candidato: quem é ele, o que ele pretende e o que ele pensa. ;O Brasil tem uma cultura de que o político não pode dizer o que pensa. Não dá mais para ser assim. O conteúdo tem que aparecer.;

Apesar de parecer uma boa ideia, Marcelo Vitorino afirma que o retorno político das redes sociais em uma campanha é mínimo e o investimento é desnecessário. Além disso, no Brasil, há uma limitação legal que inviabiliza o uso de redes sociais durante a campanha, que é a proibição de investimento publicitário no período eleitoral. ;Esse só não é o pior momento para se fazer campanha eleitoral pelas redes sociais porque em 2008 era proibido. Como a legislação eleitoral proíbe o post patrocinado, o uso da rede não alcança nem 5% dos seus seguidores;, comenta.

Especialista afirma que, em 2016, será importante a aposta na militância virtual

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