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Rosso nega ser candidato de Cunha e critica possível aliança entre PT e DEM

Próximo ao deputado Eduardo Cunha, o líder do PSD, apesar de ter negado que seria candidato, anunciou que entrará na disputa pela Presidência da Câmara

Helena Mader
postado em 12/07/2016 07:07
Próximo ao deputado Eduardo Cunha, o líder do PSD, apesar de ter negado que seria candidato, anunciou que entrará na disputa pela Presidência da Câmara
Tido como importante aliado do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à Presidência da Câmara na semana passada, Rogério Rosso (PSD-DF), após diversas negativas enfáticas de que não seria candidato, anunciou ontem que disputará a eleição na Casa para exercer um mandato ;tampão; até fevereiro do próximo ano. Ele pretendia ser o nome de consenso tão sonhado pelo Palácio do Planalto para evitar um racha na base de sustentação do governo Michel Temer. A estratégia não prosperou. Não há unidade nem mesmo no chamado Centrão (PSD, PP, PR, PTB e outras pequenas siglas), que deve apresentar mais 9 nomes para a disputa.

Em entrevista ao programa CB.Poder, o parlamentar negou ser o candidato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Questionado sobre como votaria no processo de cassação do peemedebista, Rosso se esquivou. ;É preciso aguardar o relatório;, justificou, em referência ao andamento do caso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Sobre a renúncia de Eduardo Cunha, com direito a choro durante o discurso, o deputado comentou: ;acho que ele chorou pela família;.

Em outra entrevista, o parlamentar afirmou que tinha uma relação respeitosa com o peemedebista. ;O deputado Eduardo Cunha não vota. Não fiz parte da aliança que levou Cunha à presidência. Conheci Cunha nesta legislatura. Como líder, tinha como atribuição ter relação no mínimo respeitosa com o presidente da instituição. Não se pode confundir isso com nenhum tipo de apoiamento histórico;, disse.



[SAIBAMAIS]Rosso deve ter como principal rival o deputado Rodrigo Maia (DEM-DF), que, nos bastidores, pode contar até com o apoio de partidos de esquerda, como o PT. ;Não é fácil entender uma aliança entre o PT e o DEM;, disse Rosso.

O líder do PSD na Casa acredita que as eleições serão uma disputa difícil, com a participação de pelo menos 15 concorrentes. Como o PMDB deve lançar candidato e haverá outros nomes do chamado Centrão, Rosso sabe que não terá o apoio oficial do presidente Michel Temer. Ainda assim, o parlamentar promete fidelidade ao Executivo. ;Serei um aliado do presidente Michel Temer;, assegura.

Ele destacou, no entanto, que a quantidade de candidatos da base não significa um racha. ;Isso não mostra um racha. O racha depende muito da atitude de cada candidato;, ponderou. Rosso defendeu que a Casa precisa retomar o ritmo de trabalho e tocar pautas propostas por Temer. ;A governabilidade precisa ser garantida. O governo Temer tem colocado sementes importantes que precisam ser trabalhadas;, disse.

O deputado tem experiência como interino, já que foi eleito governador tampão do Distrito Federal em 2010, depois da Operação Caixa de Pandora. Ele garante que seguirá a mesma linha, adotada à época, de continuidade. O representante do PSD garantiu inicialmente que só seria candidato se houvesse consenso. Mesmo com o racha na base aliada, ele optou por participar da disputa. Segundo Rosso, ele aguardou a chegada da mulher, Karina, que havia viajado com os filhos do casal, para tomar a decisão e fazer o anúncio.

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