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Rosso: "Não é o fim do centrão. É o início de uma consolidação da base"

Rosso ficou marcado por ter sido o candidato escolhido pelo próprio Cunha em um acordo pelo para sucedê-lo, o que o líder nega. "Ele (Cunha) está afastado sem quase nenhum poder de influência. Comigo, nenhum", afirmou o deputado

postado em 15/07/2016 16:40

Rosso ficou marcado por ter sido o candidato escolhido pelo próprio Cunha em um acordo pelo para sucedê-lo, o que o líder nega.

Na primeira entrevista coletiva após ser derrotado no segundo turno da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), defendeu nesta sexta-feira (15/7) a união da base do governo, mas disse que isso não significa o fim do centrão, seu principal grupo de apoio -- formado por 13 partidos pequenos e médios, como PP, PR, PTN, PSD, PTB e outros.


"Não é o fim do centrão. É o início de uma consolidação da base de Temer", disse Rosso. No pleito desta semana, a divisão entre o centrão, ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o outro círculo de apoio ao presidente em exercício Michel Temer, composto por PSDB, DEM, PPS e PSB, ficou evidenciada com a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), apoiado pelo governo.

Maia obteve 285 votos, inclusive com o apoio de partidos divergentes ideologicamente, como PT e PCdoB, contra 170 de Rosso. "O desafio é consolidar a base. Estamos aprendendo a ser base", afirmou o deputado na entrevista.

Rosso ficou marcado por ter sido o candidato escolhido pelo próprio Cunha em um acordo pelo para sucedê-lo, o que o líder nega. "Ele (Cunha) está afastado sem quase nenhum poder de influência. Comigo, nenhum", afirmou Rosso.

O processo por quebra de decoro de Cunha, que pode levar à cassação do mandato do peemdebista, será analisada no Plenário da Câmara na volta do recesso branco -- que começa hoje --, em agosto. Cunha já perdeu no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça e renunciou à presidência da Casa para tentar se salvar.

Na avaliação do líder do PSD na Câmara, vinculá-lo a Cunha foi uma estratégia para enfraquecer sua candidatura. Na entrevista, Rosso ainda reclamou da conotação "pejorativa" que tomou o bloco informal "centrão".


Rosso, que já era cotado para disputar o mandato tampão, até fevereiro, cogitava não sair à disputa agora para concorrer no ano que vem, mas o deputado se esquivou sobre sua possível candidatura à presidência da Casa em 2017. "Se em 15 dias o cenário muda quatro vezes. Até lá, vai mudar muito mais", disse.

O líder do PSD ainda afirmou não ter visto interferência no processo eleitoral para eleger Maia no seu lugar, mas disser que se houve, não há problemas. "Se (o governo) entrou, tudo bem. Meu espírito não é de mágoa", disse. No primeiro turno, o governo agiu para tirar votos do candidato que acabou em terceiro lugar, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que votou contra a admissibildiade do processo de impeachment de Dilma.


O deputado contou ter recebido uma ligação de Temer nesta sexta-feira para falar sobre a entrevista que concedeu ao jornal O Estado de S.Paulo, em que o presidente interino diz que quer "desidratar" o centrão, para reunir a base. O líder do PSD disse que o presidente poderia ficar "tranquilo" porque ele é a favor da união.

Rosso ainda afirmou que Maranhão perdeu a governabilidade ao cancelar o processo de impeachment que havia acabado de passar na Câmara. "Ele riscou o pavio de pólvora e acendeu. Perdeu a governabidlaide", disse.

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