postado em 24/07/2016 07:55
A menos de duas semanas da abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, a eficácia do atendimento na rede de saúde pública e as simulações e maior número de treinamentos dos profissionais envolvidos, sobretudo em caso de múltiplas vítimas, são postos em xeque. Relatório do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) aponta situação caótica, com superlotação, falta de medicamentos e improviso no atendimento a feridos graves, nos cinco hospitais escolhidos para serem referência durante os Jogos Olímpicos.
[SAIBAMAIS]O Ministério da Saúde precisou disponibilizar 135 leitos de retaguarda nos hospitais federais e contratar 2,8 mil profissionais para tentar amenizar a situação. ;Todos os dias, no Rio de Janeiro, 150 pedidos de internamento em Centros de Terapia Intensiva (CTI) são negados. Em todas as unidades de saúde a que fomos, havia superlotação;, declarou o vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahon.
Os hospitais referência visitados pelo Cremerj foram Souza Aguiar, Salgado Filho, Miguel Couto, Lourenço Jorge e Albert Schweitzer. Nahon afirmou que a rede pública não está preparada para o aumento da demanda em razão do evento internacional. ;O que encontramos é uma situação extremamento delicada. Numa sala amarela, por exemplo, com capacidade para sete pacientes, contamos 40. Havia outros 17 no corredor. Em todos os hospitais, a taxa de ocupação era de 100%;, explicou.
No Souza Aguiar, no Centro do Rio, por exemplo, a fiscalização, realizada um mês antes da data de abertura das Olimpíadas, encontrou pacientes internados de forma improvisada em cadeiras e macas de transporte. ;Algumas macas de ambulâncias do Corpo de Bombeiros estavam retidas no serviço de emergência, sendo utilizadas para internação de pacientes. Foi identificada a falta de alguns medicamentos e equipamentos para monitoramento de pacientes graves;, atesta o relatório de vistoria.
Na data da visita, a sala de emergência da unidade, destinada a pacientes adultos com média e alta gravidade, estava superlotada. No local destinado aos casos de média e alta gravidade pediátrica, não havia leitos vagos.
No Miguel Couto, a inspeção diagnosticou que o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e a Unidade Coronariana (UCO) apresentavam todos os leitos ocupados. ;No CER Leblon, unidade anexa ao Miguel Couto, fiscalizada no mesmo dia 7, a sala de emergência para pacientes adultos de média gravidade estava superlotada, já a emergência para pacientes de alta gravidade estavam com todos os leitos ocupado;, apontou o documento.
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