Naira Trindade, Paulo de Tarso Lyra
postado em 29/07/2016 07:20
Apesar da sinalização do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que agirá ;com bom senso; caso haja manifestações políticas, seja com cartazes, bandeiras ou outros símbolos, dentro das arenas olímpicas, a preocupação das autoridades brasileiras com protestos é grande. A Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo marcaram um grande ato para o centro do Rio em 5 de agosto, data de abertura da Rio 2016. ;Vamos fazer outros movimentos ao longo dos jogos protestos no Rio e em outras cidades. E estamos estudando manifestações também dentro das arenas;, confirmou ao Correio o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
Além das manifestações políticas decorrentes do momento conturbado vivido pelo país, existe um risco de paralisações e greves. A votação final do impeachment só ocorrerá no fim de agosto e a presidente afastada Dilma Rousseff já avisou que não vai à abertura dos Jogos por discordar da posição secundária designada a ela.
Cidades sedes de jogos, Brasília, Salvador e Rio de Janeiro tentam impedir que policiais civis e militares e também funcionários, como os metroviários, interrompam as atividades em meio ao megaevento esportivo. Ontem, metroviários do Rio discutiram as condições para que os funcionários não entrem em greve. Em nota, o Metrô Rio afirmou que a empresa ;está empenhada para que a negociação salarial em curso seja concluída de forma satisfatória para os trabalhadores, conforme ocorreu nos anos anteriores;.
As áreas de inteligência e segurança do governo federal já identificaram ameaças. O governo manterá o monitoramento de movimentos sociais e, se identificar que alguns dos protestos podem ameaçar a segurança dos Jogos, haverá tratamento policial. Para garantir a segurança do presidente em exercício, Michel Temer, e de chefes de Estado, a inteligência também trabalha com diferentes planos de mobilização. A princípio, o peemedebista vai do Palácio do Itamaraty para o Maracanã de ônibus, com os representantes de outros países.
Tocha
Ontem, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que o esquema de segurança do revezamento da tocha olímpica foi avaliado, depois de ela ter sido apagada durante a passagem por Angra dos Reis. Segundo ele, a secretaria tem a leitura de que haverá protestos, e que, na opinião dele, ;apagar a tocha é crime;.
;A cerimônia da tocha aconteceu outras 85 vezes e não houve problema. Ontem (quarta-feira), houve. Isso foi reavaliado e vamos acompanhar mais atentamente essa questão;, afirmou Beltrame, que não soube explicar qual seria o crime. Em redes sociais, diversos grupos fazem eventos intitulados ;não vai ter tocha; durante o período dos Jogos.