Eduardo Militão
postado em 04/08/2016 06:53
Três congressistas e uma empreiteira ;se valeram dos serviços da organização criminosa; desbaratada pela Operação Turbulência da Polícia Federal, segundo denúncia da Procuradoria da República em Pernambuco. De acordo com a acusação, os senadores Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Benedito de Lira (PP-AL); o deputado Artur Lira (PP-AL); e a construtora OAS são ;clientes; do principal líder denunciado, o operador João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho. A empreiteira Camargo Corrêa pagava propinas para Bezerra e o falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), conforme a denúncia criminal apresentada pelo procurador Cláudio Henrique Cavalcante Machado Dias à 4; Vara Federal do Recife.
O Ministério Público não denunciou os políticos, mas citou suas condutas para contextualizar o crime cometido por 18 integrantes de uma ;organização criminosa;, comandada por João Carlos Lyra, Eduardo Freire e Apolo Santana, que fazia ;agiotagem e o escamoteamento da origem e do destino de capitais, incluindo verbas oriundas de superfaturamento em obras públicas, envolvendo o pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos;.
[SAIBAMAIS]O três congressistas respondem aos inquéritos n; 4.005 e 3.994 no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados à Operação Lava-Jato. Procurados ontem, todos negaram as acusações. Segundo o advogado de Bezerra, André Callegari, nos depoimentos dos ex-funcionários da Camargo Corrêa Gilmar Campos e Wilson Costa ;não há sequer a citação do nome do senador Fernando Bezerra;. No STF, a defesa de Artur Lira argumenta que o valor que lhe é atribuído à propina é um empréstimo para o ex-deputado Pedro Corrêa (PE). A assessoria de Benedito Lira afirma que ele sequer conhece João Carlos Lyra e seus parceiros na suposta organização criminosa. A OAS, que negocia um acordo de leniência com a Lava-Jato, não quis comentar o caso.
As defesas de João Carlos e Santana disseram que não obtiveram cópia da denúncia. A advogada de Freire, Ludmila Groch, afirmou que ;os fatos da acusação não correspondem à verdade; e a que a inocência dele será comprovada. Segundo o procurador Cláudio Machado Dias, as citações aos parlamentares mostram que eles ;apenas se valeram dos serviços da organização criminosa, sem a integrarem;. Ele justifica que os eventuais crimes dos congressistas estão em análise no STF, porque eles têm foro privilegiado.
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