Agência Estado
postado em 04/08/2016 10:54
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) não descarta concorrer ao governo do Estado do Rio nas eleições de 2018. Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira, 04, à Rádio Estadão, o peemedebista foi indagado pela colunista do jornal Eliane Cantanhede se poderia concorrer às eleições presidenciais de 2018. Em resposta, Paes disse: "Chance zero (concorrer à Presidência da República em 2018)", emendando: "O caminho natural é tentar ser candidato a governador". A situação acontece por conta do vácuo na política decorrente da Operação Lava Jato, que atinge quase todos os partidos e por estar em todos os holofotes nacionais, em razão das Olimpíadas.
Ao dizer que o caminho natural seria tentar o governo do Rio nas próximas eleições gerais, Paes afirmou que está apanhando mais com os holofotes do que recebendo homenagens. "Então não diria que, sob o ponto de vista político é a melhor coisa do mundo, tenho orgulho de ser prefeito do Rio, tenho orgulho da minha cidade e me causa muita indignação e irritação ouvir algumas críticas que o Brasil e minha cidade recebem, esse permanente complexo de vira-lata, que tudo nosso é pior. Deixo a prefeitura em 31 de dezembro e quero ter um ano que vem mais tranquilo e acho que o caminho natural, nem gostaria de dizer isso porque se não já ficam querendo me dar tiro, o caminho natural para quem vai bem numa prefeitura de uma cidade tão importante como o Rio, é tentar ser candidato a governador". E, ponderou: "Mas nem isso eu sei se serei", voltando a frisar que não está em seus planos ser candidato à Presidência da República. E lembrou que seu partido, o PMDB, já tem nomes para o posto, sem citar quais.
[SAIBAMAIS]Na entrevista à rádio, Paes disse que a política como um todo e os políticos estão em xeque neste momento. "Não há nenhum partido que não viva essas dificuldades e nós, políticos, vivemos um período sob suspeita, não tem jeito mesmo, diante de todas essa revelações (Lava Jato) e de tantos absurdos, a gente fica nessa situação." E brincou com a colunista, que é carioca, mas reside em Brasília, que ela deveria voltar para o Rio de Janeiro para votar nele para governador em 2018. "Já pode até começar a campanha, pedindo votos. Agora vou começar a apanhar aqui dos meus adversários no Rio, só porque falei isso."
Sobre suas declarações, muitas das quais polêmicas, Paes disse que dá muita entrevista e acaba falando demais, "vazando tudo para a imprensa". Por isso, pediu para não lhe contarem quem irá acender a pira olímpica, representando o Brasil aos olhos de cinco bilhões de expectadores de todo o mundo na abertura da Olimpíada, nesta sexta-feira, 5. E voltou a mencionar a capacidade do País em realizar um evento do porte de uma Olimpíada. "Apesar da crise política e econômica, o Brasil é capaz, mas não é possível mais continuar nos humilhando, nós podemos (fazer bem o evento)."
Questionado se já ficou arrependido por causa de algumas dessas declarações, como a de colocar um canguru no prédio onde está hospedada a delegação olímpica da Austrália, o peemedebista tascou: "Eu sou um péssimo diplomata, reconheci os problemas do prédio da Austrália e só pegaram a parte do canguru, quase virou um incidente diplomático. Me desculpei, dei a chave da cidade a eles e quem está feliz é minha filha de dez anos, que já ganhou quatro cangurus de pelúcia depois que dei essa declaração."
Ao final da entrevista, Paes convidou "a paulistada" para ir ao Rio ver os jogos olímpicos, mas ressaltou que não estava falando "paulistada" de forma pejorativa. "Quero que todos tenham orgulho da cidade do Rio, que é tão perto de São Paulo, quero ver a invasão de paulistas aqui, um momento imperdível. E falar de paulistada não é pejorativo, pelo amor de Deus, tenho irmãos e sobrinhos que moram em São Paulo."