Politica

Chefe de gabinete de Marco Feliciano é detido por coagir jovem

Uma jovem denunciou que o deputado a agrediu e tentou estuprá-la. Assessor teria tentado silenciá-la

postado em 05/08/2016 19:17

Uma jovem denunciou que o deputado a agrediu e tentou estuprá-la. Assessor teria tentado silenciá-la

Depois do vazamento de gravações de uma jovem denunciando o pastor Marcos Feliciano de agressão, a Polícia Civil de São Paulo prendeu no início da noite desta sexta-feira o chefe de gabinete do deputado federal, Talma Bauer. A informação é da Coluna Esplanada, do Uol, que afirma que Bauer foi preso no Centro da cidade e é suspeito de ter forçado a jovem a gravar vídeos defendendo o deputado, para desmentir a denúncia que ela havia revelado ao mesmo site.

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Ontem, vários sites vazaram o áudio em que Talma orienta e coage a jovem a defender o deputado. A estudante de Brasília, de 22 anos, militante da Juventude do PSC (Partido Social Cristão), acusou o deputado federal Pastor Feliciano (PSC-SP) de assédio sexual, agressão grave e tentativa de estupro. Logo depois, ela voltou atrás e afirmou que era tudo uma manipulação "da esquerda". Porém, ela apagou os vídeos defendendo Feliciano e a fanpage dela no Facebook também não está mais acessível. A universitária ainda não se pronunciou após os áudio em que é coagida terem sido vazados.

Na denúncia, a estudante afirmou que conheceu o deputado porque é frequentadora da mesma igreja dele. Os dois passaram a ser amigos quando ele propôs ser guia espiritual dela. A agressão teria ocorrido no apartamento funcional do parlamentar em Brasília, na 302 Norte, na manhã do dia 15 de junho. Ela teria sido agredida e por pouco não foi forçada à fazer sexo com o deputado. A jovem relatou que Feliciano chegou a propor que ela se tornasse sua amante, com um alto salário e cargo comissionado no PSC. Marco Feliciano é casado com Edileusa de Castro Silva Feliciano e tem três filhas.

O Correio teve acesso a gravações em que a jovem conversa com um homem, supostamente Talma Bauer, em um café do Sudoeste. Indagada pelo homem se "teve relações com o Feliciano", ela afirma que sim, mas que "não foi consensual". A polêmica história que envolve o deputado e a jovem de 22 anos veio à tona na tarde da última terça-feira, quando o ex-professor da Universidade Católica de Brasília, Hugo Studart, postou no seu perfil pessoal do Facebook um texto que relatava que uma ex-aluna havia desaparecido durante o fim de semana, sem dar notícias.

Uma jovem denunciou que o deputado a agrediu e tentou estuprá-la. Assessor teria tentado silenciá-la

O homem do áudio afirma ser chefe de gabinete do deputado e trabalhar com Marco Feliciano há 15 anos. Nisso, a moça rebate. ;Olha, estou confiando muito em você e estou confiando que você sabe do que o Feliciano faz. E volto a dar o conselho: mande ele guardar o pintinho dele dentro da calça dele;. Procurada pela redação, a jovem disse que, apesar das evidências serem atribuídas à sua pessoa, não se trata dela. Hugo Studart refuta a defesa. Segundo ele, o relato foi feito em sua página porque a ex-aluna teria pedido ajuda. ;Fiquei sabendo que ela estava sofrendo assédio do Feliciano por um amigo consultor no Congresso. Fui até ela e perguntei o que acontecia e ela me contou, dizendo que estava assustada e com medo de morrer, pois sofria ameaças constantes;, conta.

Motivações
Nas gravações, a mulher disse, ainda, que não realizou um boletim de ocorrência "para não manchar a imagem da igreja que congrega", a Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, na qual Marco Feliciano é o pastor. ;Eu espero que você entenda que eu não fui na delegacia porque eu sei que ia ser uma coisa aberta pra eles cairem matando em cima da igreja. O Feliciano, por mim, podia ir preso, essa é a verdade;, fala a jovem.

Em nota, Feliciano afirmou desconhecer as acusações e mensagens no WhatsApp. "Informo que desconheço tais acusações e as referidas mensagens postadas. Conheço a jovem por meio de sua participação no PSC, é uma grande lutadora contra o aborto e a favor das causas sociais. A conheço da mesma forma que conheço tantos outros jovens ao meu redor. Tenho uma honra ilibada e tais acusações são descabidas. Respeito minha família, o povo brasileiro e principalmente minha fé! E peço que assim o façam! Assim eu encerro tal assunto, deixando nas mãos das autoridades", diz o texto.

Com informações do Diário de Pernambuco

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