Politica

Eleições municipais: partidos iniciam disputa tensa pelo poder nas capitais

Com o fim da temporada de convenções partidárias, as principais legendas darão a largada à campanha propriamente dita na disputa de outubro

Paulo de Tarso Lyra
postado em 07/08/2016 07:10
Passadas as convenções municipais, os partidos iniciam a disputa eleitoral mais tensa, curta e sem recursos da história recente da democracia brasileira. Pressionados pelas investigações da Lava-Jato, com novas regras eleitorais e sem financiamento privado para bancar os custos, as legendas disputam mais de 5,5 mil prefeituras em um momento de total descrédito político e pouco mais de um mês após o encerramento do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. ;Quem der um prognóstico mínimo ou conseguir estabelecer qualquer meta de vitória nas eleições de outubro estará chutando;, afirmou o secretário-geral do PSDB, deputado Sílvio Torres (SP).

O PSDB, por exemplo, terá cabeça de chapa em pelo menos 10 capitais. O partido tem pouco mais de 700 prefeituras e espera melhorar o desempenho. Os tucanos terão candidatos fortes em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Minas Gerais, além de buscar a reeleição em Manaus, Belém, Maceió e Teresina. Na capital paulista, os tucanos lançaram o nome do empresário João Dória, que consegue estar ainda pior do que Haddad na corrida eleitoral, aparecendo em quinto lugar. Para evitar o desgaste interno provocado pela escolha de um nome que não era do partido, o diretório municipal do PSDB decidiu formar uma chapa puro-sangue, com o deputado Bruno Covas sendo vice na chapa de Dória.

Mesmo com o PT fora do poder federal, o PSDB vê possibilidades remotas de avançar nos postos petistas no Nordeste, exceção feitas em algumas capitais, como Recife, hoje administrada pelo PSB. ;Mas em algumas cidades importantes de Pernambuco, como Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, temos nomes bastante competitivos;, disse Torres. Ele não acredita que a crise política nacional seja fator preponderante nas disputas municipais. ;Claro que este assunto será pautado nas capitais. Mas, na maior parte das cidades, é o cotidiano do eleitor que vai pesar na escolha do candidato;, completou.

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