Agência Estado
postado em 12/08/2016 15:43
O delegado federal Marcio Adriano Anselmo, da Operação Lava Jato, classificou como "lamentável" a decisão da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva e do filho mais velho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís Lula da Silva de ficarem em silêncio sobre o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Marisa Letícia e Fábio Luís foram intimados a prestarem "esclarecimentos" sobre a compra e reformas no sítio, investigado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, em Curitiba.
[SAIBAMAIS]"Lamentável a posição por parte dos referidos que, além de serem críticos da condução coercitiva, cuja validade já fora reconhecida no julgamento do HC 107644 sob relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, julgado em 6 de setembro de 2011, apesar de sempre terem alegado estarem à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos quando intimados, buscam evitar o comparecimento, notadamente diante de tantos fatos a serem esclarecidos pelos ora peticionantes", afirmou o delegado.
A defesa de Lula disse, em ofício, à PF que sua família "nada tem a acrescentar" sobre a compra e reforma no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), investigado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, em Curitiba. Os advogados do ex-presidente alegam que a legislação não obriga a mulher e o filho do petista, investigado na Lava Jato, a depor como testemunhas.
Em despacho na quinta-feira (11/8) o delegado Marcio Anselmo manteve os depoimentos.
"Quanto ao requerido por Marisa Letícia Lula da Silva e Fábio Luis Lula da Silva, na qual afirmam que pretendem utilizar-se do direito constitucional de permanecer em silêncio previsto no artigo 5o LXIII da Constituição Federal, cumpre aqui destacar que trata-se de oportunidade assegurada aos investigados para que possam esclarecer os fatos apurados na presente investigação em seu desfavor", afirmou.
"De qualquer forma, mantenho as oitivas dos referidos, a ser realizada em data designada para, querendo, apresentarem suas versões sobre os fatos."
Lula é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), sobre compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, e sobre recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos - do ex-presidente.