Agência Estado
postado em 18/08/2016 11:55
A defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, o amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou nesta quinta-feira (18/8), ao juiz federal Sérgio Moro que seu cliente foi internado. Petição anexada aos autos da Operação Lava-Jato afirma que o pecuarista, de 71 anos, se compromete a apresentar "os resultados dos exames e o diagnóstico médico tão logo estes forem concluídos".O pecuarista é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por crimes financeiros no empréstimo de R$ 12 milhões da Schahin para o PT em 2004. O documento informa que, após avaliação médica, foi determinada a internação "para realização de exames e investigação de quadro infeccioso". A defesa também anexou aos autos um "pedido de internação" por "quadro febril a esclarecer".
Bumlai foi preso preventivamente em novembro de 2015 na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava-Jato. Em março deste ano, foi colocado em custódia domiciliar pelo juiz Moro para tratar de um tumor na bexiga. Durante o tratamento, Bumlai foi submetido a uma cirurgia cardíaca.
[SAIBAMAIS]Em 10 de agosto, o juiz da Lava-Jato mandou restabelecer a prisão preventiva do amigo de Lula. A decisão determinou que Bumlai se apresente à Polícia Federal em 23 de agosto. Em 11 de agosto, a defesa de Lula requereu habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal. O pedido está nas mãos de Teori Zavascki, ministro relator da Lava Jato na Corte máxima. O habeas corpus busca derrubar decisões sucessivas da primeira instância, com Sérgio Moro, passando pelo Tribunal Regional Federal da 4; Região (TRF4) e pelo Superior Tribunal de Justiça.
O argumento central dos criminalistas que defendem Bumlai é que seus antecedentes são bons, ele não representa risco de fuga e, desde que foi capturado, tem colaborado com a Justiça esclarecendo todos os fatos. Nesta quarta-feira, 17, Bumlai esteve na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para depor sobre o sítio de Atibaia (SP), que a Lava Jato suspeita ser de Lula. O pecuarista chegou e saiu da sede da PF amparado pelos advogados Daniella Meggiolaro e Conrado de Almeida Prado.
Bumlai declarou ao delegado Marcio Anselmo que a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, mulher do ex-presidente Lula, queria ampliar Santa Bárbara, em Atibaia, para passar os fins de semana. Segundo Bumlai, Marisa pediu a ele que os ajudasse na ampliação das acomodações. O pecuarista afirmou à PF que solicitou a um engenheiro da usina da sua família, que estava em obras, que atendesse ao pedido e, depois deste pedido, não teve mais contato com o assunto. Bumlai declarou que "o engenheiro providenciou tudo". O ex-presidente Lula nega ser proprietário do sítio.