Eduardo Militão
postado em 24/08/2016 09:58
A Operação Decantação investiga a suspeita de desvios de R$ 4,5 milhões em favor do pagamento de dívidas de políticos. A ação, segundo a Polícia Federal (PF), ainda evitou um prejuízo maior, de quase R$ 7 milhões. Irregularidades no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF) estavam ligados a doações eleitorais. Nesta manhã de quarta-feira (24/8), cerca de 300 agentes e delegados atuam nas ruas para cumprir mandados judiciais relacionados a desvios na empresa estatal Saneamento de Goiás S/A (Saneago).Segundo a polícia, dirigentes e colaboradores da Saneago faziam licitações fraudulentas mediante a contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema criminoso. Dinheiro do PAC, de empréstimos obtidos no BNDES e na Caixa ;foram desviados para pagamento de propinas e dívidas de campanhas políticas;. ;Outra forma de atuação da organização criminosa consistia no favorecimento pela consultoria contratada pela Saneago a empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.;
[SAIBAMAIS]O presidente da Saneago, José Taveira Rocha, foi preso, segundo apurou o Correio. Também foi preso o presidente do PSDB no estado e diretor de Expansão da estatal, Afreni Gonçalves Leite. A PF cumpre mandados na sede do PSDB. Taveira é ligado ao grupo mais próximo ao governador do estado, Marconi Perillo (PSDB). Mas não há informações sobre o eventual envolvimento de Perillo no caso.
Ao todo, são 11 ordens de prisão preventiva, quatro de prisão temporária (por cinco dias), 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão. As ações acontecem na sede de empresas envolvidas e de um partido político ainda não revelado, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados. Os mandados são cumpridos em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa (GO), Itumbiara (GO), São Paulo e Florianópolis. A Jsutiça determinou o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove envolvidos.
A reportagem procurou o PSDB Nacional e a assessoria de Perillo e da Sanego, mas não obteve esclarecimentos até o momento.