Politica

Decantação: desvios de recursos ocorreram em obras no Entorno do DF

Segundo a investigação foram apontadas irregularidades em contratos de obras em Corumbá IV e para a ampliação do sistema de esgotamento de Goiânia

Eduardo Militão
postado em 24/08/2016 10:23
O desarticulado pela Operação Decantação, na manhã desta quarta-feira (24/8), mostra que o presidente da empresa Saneamento de Goiás S/A (Saneago) e a diretoria da estatal estavam envolvidas em ;maquiagem; para obter financiamentos bancários, no pagamento de dívidas de campanha e de despesas de uma organização social do setor de saúde.

De acordo com a Polícia Federal (PF), empresas eram favorecidas em concorrências pela comissão de licitação. Os pagamentos para elas tinham ;direcionamento; da cúpula da Saneago. Um ;conluio; entre fornecedores resultava ainda, segundo a investigação, em doação eleitoral a um diretor da própria estatal.

[SAIBAMAIS]Segundo a antiga Controladoria Geral da União (CGU), hoje Ministério da Transparência, as licitações fraudulentas envolviam sistema de abastecimento de Luziânia (GO), no Entorno de Brasília. O objetivo do contrato era fornecer uma estação elevatória de água no Sistema Produtor de Corumbá IV. ;Desdobramentos do trabalho acabaram por identificar também irregularidades em certames e contratos para a ampliação do sistema de esgotamento de Goiânia (sistema Meia Ponte);, explica nota da antiga CGU, que auxiliou nas apurações da Polícia Federal e do Ministério Público.



O contrato de repasse do para o sistema de Corumbá IV ;envolve recursos de R$ 117,3 milhões. ;Em fiscalização do Ministério da Transparência, houve a identificação de direcionamento de licitação, alteração de quantitativos sem justificativa e inclusão de equipamentos de alto valor, bem como o aditamento a maior pelo primeiro reajustamento de preços;, informa a ex-CGU. ;As irregularidades geraram prejuízo efetivo de mais de R$ 1 milhão e prejuízo potencial de R$ 6 milhões, de montante fiscalizado de cerca de R$ 45 milhões.;

O caso do sistema Meia Ponte envolveu R$ 67,4 milhões em contratos. A ex-CGU observou falhas na elaboração de serviços de transporte e descarga de materiais, de formas compensadas para moldar concreto armado, de serviços de escavação e carga de material de jazida. Também havia lentidão nas obras, segundo o Ministério da Transparência. Foram pagos R$ 16,7 milhões até agora e a ex-CGU encontrou ;prejuízo efetivo; de R$ 3,4 milhões. Outros R$ 30 milhões aproximadamente em obras ainda não pagas foram fiscalizados. Para os auditores da ex-CGU, o prejuízo potencial nesse caso seria de R$ 1,7 milhão.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação