Eduardo Militão
postado em 29/08/2016 12:31
No meio de seu discurso no Senado nesta segunda-feira (29/8), a presidente afastada Dilma Rousseff embargou a voz ao falar dos feitos da gestão petista à frente do Palácio do Planalto. Ao longo de 45 minutos de fala, a petista foi aplaudida duas vezes, sob protesto do presidente da sessão, Ricardo Lewandowski.Ela disse que o impeachment de seu mandato significava mais que sua deposição. ;O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos;, relembrou. ;Os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média; a proteção às crianças; os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas; a valorização do salário mínimo; os médicos atendendo a população; a realização do sonho da casa própria.;
Ao tratar da realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, a voz de Dilma falhou. ;O que está em jogo é a auto-estima dos brasileiros e brasileiras, que resistiram aos ataques dos pessimistas de plantão à capacidade do País de realizar, com sucesso, a Copa do Mundo e as Olimpíadas e Paraolimpíadas;, continuou Dilma, seguida por palmas das galerias.
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[SAIBAMAIS]O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda a sessão, mandou suspender as manifestações. ;Peço que não se manifestem;, disse ele, repetindo o que já havia dito antes mesmo do início do discurso de Dilma. Em razão disso, a presidente recomeçou a frase que diz que a auto-estima dos brasileiros está em jogo.
Ao final do discurso da petista, o plenário voltou a aplaudir a presidente afastada. Lewandowski pediu para interromper as manifestações, mas elas ficaram mais fortes. Em represália, ele suspendeu a sessão, mas retomou-a menos de um minuto depois.
De acordo com as regras do Senado, são proibidas quaisquer manifestações públicas no plenário, como palmas, cartazes, palavras de ordem, vaias e gritos. Lewandowski lembrou que Dilma ; ré no processo de impeachment ; não é obrigada a responder a todas as perguntas e tem direito ao silêncio. Ele lembrou que os réus não pode ser humilhados pelos juízes. Os senadores estão na posição de juízes, embora a maioria já tenha sua posição formada, conforme declarações públicas.