Paulo de Tarso Lyra
postado em 01/09/2016 08:14
A espera de nove meses de Michel Temer, desde que o processo de impeachment foi aceito pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terminou às 16h41 de ontem. Em uma sessão rápida, no plenário do Senado, Temer tomou posse e prestou juramento oficialmente como presidente da República para um mandato que se encerrará em 31 de dezembro de 2018. Deixar de ser interino, contudo, trará as angústias e dificuldades da efetividade. O país continua afundado na crise econômica, a base está dividida politicamente, o PT anunciou oposição dura e o peemedebista não é, nem de longe, um presidente popular.
A passagem de interino para efetivo marca ; mais que a consolidação do afastamento de Dilma Rousseff ; a concretização de um novo governo. Além de mudanças pontuais que deve fazer em ministérios, agora, Temer encampará de fato reformas consideradas duras, mas necessárias.
[SAIBAMAIS]Tão logo tomou posse como presidente efetivo, Temer foi para o Planalto fazer a primeira reunião ministerial com a caneta oficialmente cheia. Depois da cerimônia relâmpago no Senado, o peemedebista reuniu todos os 23 ministros colocados em seu governo interino. Em sua fala, de cerca de 20 minutos, avisou a aliados que não vai admitir infidelidades e se queixou dos votos que integrantes da base governista, particularmente de seu partido, o PMDB, deram na votação que manteve os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff. Nesse caso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se alinhou aos aliados da petista.
No início da noite, Temer embarcou para a China, em companhia de Renan, depois de passar o cargo para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). ;A partir de agora, nós não vamos levar ofensa para casa;, disse Temer, na reunião com os ministros. ;Agora, falou, nós respondemos;, avisou o presidente, anunciando que é preciso ;contestar essa coisa de golpista; porque ;golpista é você que está contra a Constituição;.
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