Eduardo Militão
postado em 01/09/2016 09:00
Dono de uma caneta que pode, sozinha, levar qualquer parlamentar à prisão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, é uma unanimidade entre aliados e inimigos da ex-presidente Dilma Rousseff na condução do impeachment. Todos os consideram imparcial, justo e discreto para não roubar a cena, e firme para bloquear os acalorados bate-bocas que marcaram o processo logo em seu início, na quinta-feira. O ministro é defensor de um aumento salarial para servidores do Judiciário que só depende do Senado, mas sua assessoria garante que ele não trata desse tema com os parlamentares em meio à condução do processo que pode levar à deposição de Dilma.
[SAIBAMAIS]De todo modo, ele caiu nas graças dos senadores. Em uma das sessões, parlamentares de esquerda e de direita convidavam-no para ser candidato, em tom jocoso. Lewandowski foi fotografado e filmado por Magno Malta (PR-ES), que fez autorretrato com o ministro do STF. Pela Constituição, é o presidente do tribunal quem comanda a sessão de julgamento do impeachment.
Nos últimos dias, os debates no Legislativo foram quentes. Incluíram palavras como ;canalha;, ;cheirador;, ;baixaria;, ;escravizador de trabalhador rural; e ;sem moral;. ;O Senado é o melhor dos mundos: aqui as pessoas se xingam, mas civilizadamente;, minimizou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), depois de discutir asperamente com Gleisi Hoffman (PT-PR).
Para a oposição a Dilma, alinhada com o presidente interino Michel Temer, a presença de Lewandowski seria uma prova da legalidade do processo. Os aliados da petista consideram a argumentação simplista, mas agradecem ao fato de ele estar à frente do plenário nestes dias acalorados.
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