Politica

Sérgio Sampaio contradiz depoimento de Cunha sobre suspeita de propina

Sampaio disse que Cunha demitiu o então chefe do setor de informática da Câmara (Cenin) Luiz Antônio Souza da Eira porque suspeitava que ele tinha repassado informações para jornalistas

Eduardo Militão
postado em 03/09/2016 16:41
O ex-diretor-geral da Câmara Sérgio Sampaio contradisse o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado responde a ação criminal suspeito de ter obtido US$ 5 milhões em propinas desviadas da Petrobrás.

Sampaio disse que Cunha demitiu o então chefe do setor de informática da Câmara (Cenin) Luiz Antônio Souza da Eira porque suspeitava que ele tinha repassado informações para jornalistas sobre o uso de seu nome de usuário em requerimentos usados, segundo o lobista Júlio Camargo, para pressionar fornecedores que atrasavam o pagamento de subornos. Depois de notícias sobre o caso, o Supremo determinou que investigadores da Operação Lava-Jato fizessem uma busca por documentos na Casa.

[SAIBAMAIS];Logo após esse fato, o então presidente Eduardo Cunha achou que ele tinha tido uma participação nesse episódio, fazendo algum tipo de denúncia e achou por bem retirá-lo;, afirmou Sampaio em depoimento em 1; de setembro. Cunha havia dito que o motivo da demissão de Eira era porque ele se negou a estender a jornada dos funcionários do Cenin para 8 horas diárias. ;A maioria dos depoimentos são inequívocos nisso;, rebateu o advogado do deputado, Ticiano Figueiredo. ;Não tem perseguição.;

Sampaio, que depôs como testemunha de defesa de Cunha, ainda disse que a recomendação da Câmara era que os nomes de usuário e senha não fossem cedidos, embora ele tenha ouvido falar que parlamentares os repassavam a servidores. ;As pessoas que recebiam a senha tinham responsabilidade de zelar pela sua;, contou o ex-diretor.

Figueiredo disse ao Correio que vários depoentes informaram o contrário. ;Enquanto ele, que não é parlamentar, fala isso, a grande maioria dos parlamentares disseram que cedem a senha aos funcionários para as tarefas do dia a dia, como são expressos em dizer que sequer sabem a senha deles.;

Cunha disse que sua senha foi usada por alguém do gabinete da então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) para convocar empresas em uma comissão da Câmara. As firmas deviam propina para o esquema, segundo Júlio Camargo, que fechou acordo de delação premiada.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação