postado em 05/09/2016 06:02
Há menos de um mês das eleições municipais, candidatos às prefeituras do Brasil apostam na estratégia de se manterem neutros sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Para não afastar o eleitor médio, a maioria tem optado por manter um distanciamento do assunto. Especialistas avaliam que o caminho é o melhor neste momento de ânimos exaltados.
O analista de marketing político Marcelo Vitorino acredita que o comportamento se deve ao fato de que 65% dos eleitores são considerados médios ; não são de direita, nem de esquerda. ;Quando você se posiciona para esse público, sendo contra ou a favor do impeachment, já é tachado de ;petralha; ou ;coxinha;;, explica.
Vitorino ressalta que, mesmo entre os petistas, a tendência é de que os candidatos escondam o impeachment. ;Ninguém vai morrer abraçado com a Dilma.; Ele conta que quase nenhum dos candidatos pró-Dilma está falando em golpe ou usando roupas vermelhas na televisão. ;O tempo de propaganda é muito pequeno para explicar um assunto como esse;, comenta. Para Vitorino, a possibilidade de candidatos petistas abordarem o assunto nas campanhas é em forma de desculpas. ;Eles podem falar que o PT se deixou levar pela máquina eleitoral e que os erros servirão para que o partido se reconstrua.;
O professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas avalia que as pessoas já têm opinião formada sobre o impeachment e os candidatos vão evitar dividir os eleitores. O discurso de golpe também não deve ser abordado porque, para o acadêmico, a imagem do PT sofreu um desgaste enorme. ;Dificilmente, um candidato desse partido será eleito. Ele se manterá neutro e vai esperar a rejeição cair naturalmente.;
Candidato à prefeitura de São Paulo, o empresário João Dória (PSDB-SP) afirma que a campanha não mudará. ;Esse assunto não foi tema em São Paulo. Não foi discutido por mim, nem pela Marta (Suplicy), nem por Haddad;. Segundo o candidato, o foco dele continua sendo a ;a má-gestão do PT na prefeitura; da capital.
Em Porto Alegre, o ex-vereador Sebastião Melo (PMDB-RS) concorre à prefeitura e concorda que o impeachment não é pauta. ;O resultado no Senado não teve qualquer impacto na nossa campanha porque temos compromisso com esses princípios democráticos, e o foco da eleição é municipal.; O concorrente ao posto de prefeito, o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) acompanha a opinião do colega. ;Nada muda. Continuaremos condenando os vandalismos praticados pelo PT e o PSol na cidade.;
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