Politica

Greve dos bancários tem início com apoio em todo o país

A carreira rejeitou o acordo salarial oferecido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiu paralisar as atividades por tempo indeterminado

Rodolfo Costa
postado em 06/09/2016 14:57

A greve dos bancários começou nesta terça-feira (6/9) com força. O movimento ganhou adesão em todo o país e no Distrito Federal não foi diferente. No início da manhã faixas, cartazes e adesivos estampavam as agências bancárias comunicando os consumidores sobre a paralisação. A carreira rejeitou o acordo salarial oferecido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiu paralisar as atividades por tempo indeterminado. O reajuste pedido pelos bancários é de 14,57% ; 9,57% referentes a inflação e 5% de aumento real ; e o oferecido pela entidade patronal foi de correção salarial de 6,5% ; para algumas faixas de remuneração, o aumento poderia ser de até 15%, com o abono de R$ 3 mil.

[SAIBAMAIS]Enquanto não houver acordo, o consumidor deve ficar atento. A funcionária pública Glória Milhomem, 63 anos, acredita que será prejudicada com a greve. Ela planeja uma viagem ao exterior, e a paralisação deve atrapalhar a negociação que faz no setor de câmbio do banco. ;Falaram para resolver tudo o mais rápido possível por causa da greve, mas tem algumas coisas que não podem ser resolvidas da noite para o dia. Espero que a paralisação passe logo;, apontou.



A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, afirmou que o banco precisa, de alguma forma, dar continuidade no processo. ;O banco deve indicar a agência e atender o consumidor que já iniciou um trabalho de viagem. Às vezes, o próprio gerente está dentro da agência e deve dar continuidade ao atendimento;, comentou.

Para muitos consumidores, entretanto, a greve pouco deve provocar incômodos. Com os avanços tecnológicos, muitos clientes relatam que a maioria das operações bancárias são realizadas remotamente, pelos aplicativos oferecidos pelas instituições financeiras via aplicativos e internet banking. Esse é o caso da gerente comercial Alessandra Maia, 42, que foi hoje a uma agência apenas para sacar dinheiro no terminal eletrônico. ;Os bancos estão mais preparados para atender o cliente. Entendo que ainda tem muitas pessoas que dependem de serviços que são realizados presencialmente, mas a greve não me afetou;, disse.

Transferência


Todo mês, o empresário Marcos Vinícios Mendonça, 25 anos, precisa retirar e transferir um valor de pensão, que é destinada à sobrinha, de 7 anos. O montante não pode ser pego no caixa eletrônico, porque é de origem estrangeira, enviado da Suécia pela tia.

O dinheiro auxilia a família a pagar alimentação e escola da garota. ;Não sei como vai ser, como eles vão se virar sem o dinheiro;, contou. Segundo Maria Inês, se a greve ainda estiver ocorrendo no dia em que ele receber a pensão, ele deve entrar em contato com o banco para saber a indicação e a melhor forma de se receber o montante. (Com informações de Hamilton Ferrari e Rodolfo Costa)

Fique atento!

Como contas precisam ser pagas em dia, confira alternativas para amenizar os impactos da greve.

- Recorra às agências lotéricas ou lojas de departamentos nos horários que não sejam de pico.

- Utilize os aplicativos dos bancos no celular. Lá, quase todas as operações bancárias podem ser feitas.

- O pagamento das contas de água, energia, gás e telefone pode ser negociado com as empresas que prestam o serviço.


- Os aposentados e pensionistas clientes da Caixa Econômica Federal (Caixa) só poderão retirar os benefícios nas casas lotéricas. Nos outros bancos, a retirada pode ser feita normalmente no caixa eletrônico.

- No caso de cobranças pré-agendadas e não efetuadas, os consumidores têm direito de pedir ressarcimento por perdas e danos sofridos.

- Se o consumidor não tiver nenhuma forma de realizar os pagamentos, ele está amparado pelo Código de Defesa do Consumidor para responsabilizar o estabelecimento.

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