Agência Estado
postado em 08/09/2016 20:14
O secretário de segurança pública de São Paulo, Margino Alves Barbosa, afirmou na tarde desta quinta-feira, 8, que o coronel da PM, Henrique Mota, foi afastado da atuação nas manifestações de rua pelo "Fora Temer". Responsável pelo comando do Batalhão de Choque nos atos de rua, Mota ironizou nas redes sociais a manifestante de 19 anos, Débora Fabri, que perdeu a visão de um olho por causa de um estilhaço de bomba lançada pela Polícia Militar."Até para preservar o policial e a ordem pública ele vai deixar de fazer o comandamento nas manifestações que estão ocorrendo. Das manifestações, não é de suas funções normais", disse. Também foram afastados dos atos de rua, segundo o secretário, os policiais que estavam na viatura que foi filmada atropelando um manifestante na semana passada.
O secretário disse que a secretaria investiga denúncias de que houve excesso da atuação da polícia nos atos e que haverá punição nos casos que foram confirmados. "Podemos imaginar algumas situações que nós já estamos investigando que realmente fogem de qualquer protocolo", disse ele sobre a atuação da PM nos atos, citando casos em que jornalistas e frequentadores de bares foram agredidos por policiais.
Alves disse que a intenção da secretaria é conversar com os manifestantes para que o Largo da Batata não seja mais utilizado em atos de rua. Segundo ele, com apenas uma estação de metrô, o local oferece poucas opções para desafogar multidões. "Mas nós não vamos proibir a utilização do Largo da Batata para manifestações", ressaltou.
Grupo de trabalho
Nesta quinta, foi criado um grupo de trabalho formado por entidades organizadoras dos atos e ligadas à segurança pública, do Judiciário, com a mediação do Ministério Público, para evitar novos casos de violência nas manifestações de rua. De acordo com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, João Paulo Ismani, a ideia é "colocar todos os atores sociais juntos para que as manifestações aconteçam livremente a pacificamente".
A intenção, segundo ele, é que as reuniões aconteçam regularmente para que sejam estabelecidos procedimentos de segurança. Segundo ele, não foi tratado nenhum caso específico. "O ministério público está acompanhando todos as denúncias de abusos", disse.