Eduardo Militão
postado em 09/09/2016 06:24
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sofreu mais uma derrota na tentativa de escapar do processo de cassação do mandato, a quatro dias da votação que pode encerrar a sua trajetória política. Ontem à tarde, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram, por 10 votos a um, o mandado de segurança que queria anular a ação em tramitação desde a mudança de partido do relator do caso no Conselho de Ética ou, pelo menos, desde o envio do processo para o plenário. Com isso, está confirmada a sessão que analisará a cassação de Cunha: os deputados se reúnem na segunda-feira a partir das 19h.
[SAIBAMAIS]Ao contrário do que esperavam ex-aliados do peemedebista, deve ter quórum na sessão a fim de que a votação seja iniciada. O deputado é alvo de duas ações penais no STF por corrupção e lavagem de dinheiro de esquemas de desvios na Petrobras, que envolvem nomes ligados ao PMDB, ao PT e ao PP. Ao todo, responde a 12 procedimentos criminais e cíveis, como inquéritos e ações de improbidade, na Justiça relacionados à Operação Lava-Jato. No Congresso, porém, a acusação se limita a omitir contas na Suíça, onde foram encontrados recursos não declarados. Parte desse dinheiro tinha origem em pagamento de propina extraída de negócios ilícitos na Petrobras, afirma o Ministério Público.
Eduardo Cunha nega as acusações de recebimento de suborno e garante que os recursos não estavam em uma conta, mas apenas em um trust, uma espécie de fundo em que o dinheiro é aplicado, mas, em tese, não fica à disposição do depositante.
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