Paulo de Tarso Lyra
postado em 13/09/2016 06:56
Durante a votação do processo de cassação, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fez o discurso diante da bancada do PT e interagiu algumas vezes com os deputados, que dispararam gritos de ;mentiroso; e ;fora, cunha;. Em uma das ocasiões, Cunha foi chamado de ;golpista; e respondeu: ;Golpe foi dado pela presidente (Dilma). Golpe é usar dinheiro do petrolão pra pagar caixa dois de campanha;, acusou. Depois da fala, Cunha passou boa parte do tempo virado de costas para a tribuna. Somente no momento em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o primeiro-secretário da Mesa, Beto Mansur (PRB-SP), anunciaram o resultado da votação, Cunha mirou ambos os parlamentares.
[SAIBAMAIS]Quase cinco meses após conseguir aprovar o processo de impeachment de Dilma Rousseff na condição de todo-poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sofreu a maior derrota da sua trajetória política: acabou cassado por 450 votos a favor e apenas 10 contrários, com nove abstenções. Ele foi acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao dizer que não tinha conta no exterior e alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar que durou pouco mais de 10 meses, o mais longo da história do Conselho de Ética.
Duas abstenções na bancada do DF
Os oito deputados da bancada do Distrito Federal estiveram presentes na sessão, dos quais dois se abstiveram: Laerte Bessa (PR) e Roney Nemer (PP). Os demais votaram a favor da cassação de Eduardo Cunha. Entre eles, estão parlamentares considerados aliados do ex-presidente da Câmara, como o líder do PSD, Rogério Rosso e o deputado Ronaldo Fonseca (Pros). Os outros parlamentares do DF são Alberto Fraga (DEM), Augusto Carvalho (SD), Erika Kokay (PT) e Izalci (PSDB).