Eduardo Militão
postado em 13/09/2016 16:05
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro afirmou, em depoimento ao juiz da Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, que a OAS doou dinheiro em caixa dois ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e ao deputado Marco Maia (PT-RS). Os dois integravam o comando de CPI da Petrobras em 2014. Vital era senador pelo PMDB da Paraíba. Os dois respondem a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, mas têm negado as acusações de irregularidade.As declarações do ex-executivo foram prestadas em depoimento na tarde desta terça-feira (13/9) na 13a Vara Federal de Curitiba. De acordo com Léo Pinheiro, Marco Maia recebeu R$ 1 milhão em doações não contabilizadas.
O ex-presidente da OAS disse que a empreiteira doou R$ 2,5 milhões ao diretório nacional do PMDB em 2014. Porém, desse valor, apenas R$ 1 milhão foi repassado oficialmente. Os outros R$ 1,5 milhão se referiam a caixa 2, segundo Léo Pinheiro.
Como mostrou o site do Correio mais cedo, o ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF) também recebeu propina, parte dela em forma de doação a igreja. Ainda de acordo com Léo Pinheiro, os valores foram entregues ao então vice-presidente da CPI mista da Petrobrás que funcionava no Congresso em 2014. Gim é acusado de cobrar subornos em troca de proteger empreiteiros na comissão de inquérito. Ele responde a uma ação penal em Curitiba, no Paraná, estado onde está preso desde 12 de abril.
De acordo com documentos obtidos pela Operação Lava-Jato, a Paróquia São Pedro, em Taguatinga, recebeu R$ 350 mil da OAS. Gim Argello confirmou a Sérgio Moro que pediu o dinheiro para o executivo. No entanto, negou que se tratasse de suborno para proteger empreiteiros na CPI ; acusação a que responde em uma ação penal do Ministério Público.