postado em 20/09/2016 06:35
A Operação Lava-Jato e as investigações por parte do Ministério Público Suíço levaram os bancos do país europeu a aumentar o controle sobre contas de brasileiros no país. Em alguns casos, chegam até a se recusar a fazer transferências de político ou funcionário público. ;O escrutínio passou a ser muito maior hoje, com certeza;, declarou o presidente da Associação de Bancos da Suíça, Patrick Odier, um dos banqueiros mais influentes do país.
[SAIBAMAIS]No total, mais de mil contas em 42 bancos e com US$ 800 milhões foram bloqueadas na Suíça, num dos maiores casos de corrupção já investigado no país. Entre os correntistas estavam o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-marqueteiro do PT João Santana. ;O fato de termos encontrado tantas instituições suíças nesse caso é algo que lamentamos muitos;, disse Odier. Num raro discurso de mea culpa, o banqueiro não nega os erros das instituições. ;Lamentamos muito;, insistiu.
O próprio banco de Patrick Odier, o Lombard Odier, foi um dos que abriram contas para ex-dirigentes da Petrobras. O ex-diretor da área Internacional da estatal Jorge Zelada e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco também eram correntistas na instituição. Segundo as investigações, menos de quatro meses após a deflagração da Lava-Jato, em 25 de julho de 2014, Zelada solicitou a transferência de valores da Suíça para Mônaco. ;Jorge Luiz Zelada, após a deflagração das primeiras fases ostensivas da Operação Lava-Jato, a fim de ocultar os recursos ilícitos que mantinha na Suíça com a ajuda de Denise Kos (gerente do banco) solicitou, em julho de 2014, a transferência dos valores mantidos no banco Lombard Odier Darier Hentsch and Cie para o também suíço Julius B;r, em Mônaco;, aponta o documento subscrito pelo delegado Filipe Hille Pace.
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