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Temer desiste de ir à Colômbia para cuidar de 'agenda doméstica'

Com a proximidade do período eleitoral e o baixo quórum no Congresso, o presidente deve se concentrar para fechar o texto da Reforma da Previdência



Além disso, a avaliação de interlocutores é que o presidente precisa ficar no País, já que desde que assumiu como efetivo realizou duas longas viagens. A primeira para a China, no dia da posse, quando ficou longe do país por seis dias. E agora para os Estados Unidos para a Assembleia da ONU, quando também permaneceu ausente por quatro dias.

Assim que tomou posse, no dia 31 de agosto, Temer embarcou para a China e deixou a Presidência com Rodrigo Maia. Descontando o dia 31, quando o país teve "três presidentes" em um único dia, nos outros 22 dias de governo efetivo, Temer ficou no comando do país por 12 dias e Maia ficou interino por 10.

O adiamento da viagem a Cartagena, segundo fontes, também aconteceu, por conta da visita já agendada à Argentina e ao Paraguai, no próximo dia 3. O roteiro ainda está sendo fechado, mas inicialmente ele ficaria apenas um dia nos dois países.

Mudança

Ao confirmar a intenção de ir a Cartagena para o acordo de paz entre as Farc e a Colômbia na última quarta, 21, Temer já havia desmarcado sua participação na XXV Cúpula Ibero-americana, que acontecerá na mesma cidade, nos dias 28 e 29 de outubro. A "troca" de evento teria acontecido por ao menos dois motivos.

Além de considerar histórica e importante a participação do presidente do Brasil na solenidade que coloca fim a 50 anos conflitos armados no país, interlocutores de Temer reconheceram que, na reunião com representantes de países ibero-americanos, haveria possibilidade de o presidente Temer ser submetido à uma situação de desconforto e até alguma hostilidade, por conta dos representantes "bolivarianos".

Agora, fontes do Planalto, minimizam a desistência do presidente e afirmam que, além de já ter conversado com Santos pessoalmente, Temer destacou a importância do acordo de paz em seu discurso na ONU.