Politica

Prisão de Guido Mantega abre nova frente na força-tarefa da Lava-Jato

Detenção do ex-ministro Guido Mantega lança dúvida sobre toda a política econômica das administrações petistas, marcada por desonerações e benefícios a empresários

Paulo de Tarso Lyra
postado em 23/09/2016 07:54
Guido Mantega se reúne com empresários no Ministério da Fazenda. Acordos ficam sob suspeição
O pedido de prisão temporária do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, decretado ontem e revogado horas depois pelo juiz Sérgio Moro, faz com que a Lava-Jato comece, definitivamente, a trilhar por um caminho que extrapola os limites do financiamento para campanhas eleitorais. Ao pedir a detenção do mais longevo dos ministros da Fazenda, ex-ministro do Planejamento e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Justiça e o Ministério Público colocam em dúvida toda a política econômica elaborada ao longo do governo petista.

[SAIBAMAIS]Mantega esteve por trás, ou foi o mentor, do grande conjunto de políticas de desonerações da história recentes do país. Entre 2010 e 2015 ; último ano do governo Lula e primeiros quatro de Dilma Rousseff ; foram concedidos R$ 501,42 bilhões em desonerações. Mantega é acusado pelo empresário Eike Batista de ter pedido, em seu gabinete de ministro da Fazenda, em 2012, uma ajuda de R$ 5 milhões para quitar contas do PT. Só neste ano, foram R$ 142,5 bilhões em desonerações.



Da mesma forma, como ministro da Fazenda no auge da crise econômica de 2008-2009, escolheu as políticas de incentivo e as voltadas para exportação. Sob o comando do ex-presidente Lula, foi traçada a estratégia das campeãs nacionais ; empresas, de diversos setores, que despontariam como as mais fortes e que teriam atenção especial do governo para se desenvolver, com crédito mais acessível e condições de pagamento facilitadas junto ao BNDES.

As empresas do Grupo X estavam entre as campeãs nacionais escolhidas pelo governo, bem como a Oi ; que decretou falência recentemente ; e a JBS Friboi, que tem sido alvo de constantes investigações da força-tarefa de Curitiba. ;Eike ganhou muito dinheiro com suas operações e também perdeu praticamente tudo. Quanto dessa ascensão e queda tem a ver com a relação tão próxima com a máquina pública?; , questionou um analista de mercado.

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