Politica

No próximo domingo, brasileiros vão às urnas eleger prefeitos e vereadores

Caciques políticos e presidenciáveis, no entanto, têm expectativas nos resultados que poderão viabilizar a candidatura daqui a dois anos

Paulo de Tarso Lyra
postado em 25/09/2016 08:00
Daqui a uma semana, quando os brasileiros forem votar no primeiro turno das eleições municipais, uma série de caciques políticos estará de olho nos resultados para definir os próximos passos. São nomes que, direta ou indiretamente, estão ligados ao resultado que sair das urnas para garantir uma sobrevivência perante o eleitorado, uma ascendência na máquina partidária ou a definição se têm cacife para alçar voos mais altos do que o cenário a curto prazo sugere.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, talvez seja o caso mais emblemático do grupo. Ele tirou da cartola, contra a vontade do tucanato paulista, o nome do empresário João Dória para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Rachou o partido, provocou a saída de Andrea Matarazzo para o PSD ; ele acabou se transformando em vice de Marta Suplicy (PMDB) ; e conta com a desconfiança das principais lideranças partidárias.



Apesar disso, a aposta tem dado certo. Na última pesquisa Datafolha divulgada, na quinta-feira, doria assumiu a liderança da disputa, com 25% das intenções de voto, contra 22% de Celso Russomanno (PRB) e 20% de Marta Suplicy (PMDB). Para efeitos estatísticos, eles estão tecnicamente empatados. Do ponto de vista político, contudo, a divisão interna no PSDB só aumenta. Tucanos ligados ao ministro das Relações Exteriores, José Serra, passaram a fazer campanha ostensiva por Marta. ;Esta é uma questão que precisa ainda ser melhor avaliada. Claro que, se Dória não ganhar, Alckmin terá problemas no debate interno. Mas, até que ponto a eleição dele garantirá que o governador de São Paulo será o candidato do PSDB ao Planalto daqui a dois anos?;, questionao professor de Ciência Política da FGV-Rio, Sérgio Praça.

O terceiro tucano que disputa, com Alckmin e Serra, o espaço para ser o candidato do partido ao Planalto em 2018 é o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG). Perdeu um pouco de brilho por conta de recentes citações na Lava-Jato, mas ainda tem o controle da máquina partidária e aposta na eleição do tucano João Leite ; que lidera as pesquisas de intenção de voto ; para a prefeitura de Belo Horizonte. Na história recente da política de BH, o PSDB conseguiu eleger aliados para a prefeitura, como o atual o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), e o atual prefeito, Márcio Lacerda (PSB). Mas, desde o período 1990-1992, com Eduardo Azeredo, os tucanos não têm um puro sangue na prefeitura.

Efeito Marina
Essa projeção não vale apenas para o PSDB. A Rede Sustentabilidade concorre pela primeira vez em uma eleição, embalada pelo recall de 20 milhões de votos recebidos por Marina Silva nas eleições de 2010 e 2014. Mas, até o momento, os resultados estão pífios. O partido só aparece à frente em Macapá, com Clécio, com 28% das intenções de voto. Amapá é a terra do senador Randolfe Rodrigues. ;A Rede está muito ligada ao desempenho pessoal de Marina. Mas ela não está participando ativamente dos grandes debates nacionais e, tampouco, das eleições municipais como cabo eleitoral. Acho difícil ela ter o mesmo desempenho daqui a dois anos;, arrisca a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio) Sônia Fleury.

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