Eduardo Militão
postado em 28/09/2016 06:30
Uma mensagem de correio eletrônico do empreiteiro Marcelo Odebrecht para seus executivos revela uma reunião em que ele tratou de navios-sondas para o pré-sal com a então presidente, Dilma Rousseff, embora o encontro não conste da agenda do Palácio do Planalto. O então ministro da Casa Civil Antônio Palocci, preso na 35; fase da Operação Lava-Jato, estava na conversa, que tratou da concorrência para contratação de 21 sondas de perfuração do petróleo na camada do pré-sal. De acordo com a Polícia Federal, o ex-ministro ajudava a Odebrecht em negócios de seu interesse, como as embarcações para exploração a serviço da Petrobras, e obtinha propinas para ele e para o PT. De 2008 a 2013, foram R$ 128 milhões pagos, de acordo com a investigação.[SAIBAMAIS]No pedido de prisão de Palocci, o delegado Filipe Hile Pace não indica uma conduta criminosa de Dilma Rousseff na reunião, ocorrida em 12 de maio de 2011, mas destaca que, três meses depois, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG) fechou contrato com a Petrobras e a Sete Brasil, empresa criada para administrar a construção dos navios. ;A conclusão que se toma é que Antonio Palocci Filho, a pedido de Marcelo Bahia Odebrecht, supervisionou e conduziu aspectos e mudanças nas negociações e tratativas que culminaram no procedimento licitatório da Petrobras iniciado pelo Convite Internacional n; 0966646118, o qual ensejou contratos de afretamento e operação de unidades de perfuração marítima do tipo navio-sonda para a Odebrecht Óleo e Gás;, avaliou.
Segundo e-mail de Marcelo Odebrecht para os executivos Márcio Faria e Roberto Prisco, em 12 de maio, a reunião não mencionada na agenda oficial durou duas horas e 45 minutos. Às 11h daquele dia, registrava um encontro apenas entre Dilma e Palocci. Odebrecht diz que os assuntos, a pedido da ex-presidente, eram o trem de alta velocidade, aeroportos e arenas. ;Estavam LC e Italia;, narra o empreiteiro ; preso em Curitiba, condenado a 19 anos de cadeia por corrupção e em negociação por uma delação premiada ; em uma referência a ;Italiano;, o apelido de Palocci segundo a PF.
O empresário diz que Dilma reclamou do preço cobrado pela Odebrecht, tratou de uma nova tentativa de licitação e da intenção de chamar empresas chinesas para a concorrência. ;Ela trouxe o tema sondas/estaleiro (queixou-se do nosso preço não competitivo das 7 sondas e falou da proposta da PB de nova licitação). Ela disse que, com esta nova licitação, a PB queria introduzir novos entrantes (chineses, etc), pois queria quebrar a ;rigidez dos custos locais;.;
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