Eduardo Militão
postado em 30/09/2016 06:48


O político falecido respondia a oito ações civis públicas abertas apenas pela Promotoria Estadual e era réu em dois inquéritos na 1; Vara Criminal de Itumbiara, de acordo com registros do Tribunal de Justiça de Goiás consultados pelo Correio. O patrimônio de Zé Gomes subiu de R$ 3,4 milhões em 1998, caiu a R$ 728 mil em 2008 e chegou a R$ 110,8 milhões este ano, segundo suas declarações à Justiça Eleitoral.
[SAIBAMAIS]Na carreata, Zé Gomes estava ladeado de aliados. Pelo menos três respondem a processos judiciais: o vice-governador José Eliton (PSDB), baleado anteontem e internado em Goiânia; o deputado federal Jovair Arantes (PTB); e o deputado estadual e provável sucessor do falecido na disputa pela prefeitura de Itumbiara, Zé Antônio (PTB). O Correio procurou a assessoria de José Elito, mas ela afirmou que não poderia comentar o caso até o fechamento desta reportagem. Jovair e Zé Antônio não atenderam aos telefonemas e não retornaram aos recados deixados.
Telho, que é ex-coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Goiás, e o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e mestre em Direito do Estado Luiz Tarcísio Ferreira concordam que a falta de ética contamina a classe política brasileira. No entanto, eles ressalvam que nem todo processo significa culpa do agente. Os dois divergem se existe no país uma criminalização da atividade política por parte de agentes e delegados de polícia e de promotores e procuradores.
;Nosso sistema político leva os partidos a separarem o joio do trigo e lançarem o joio candidato;, afirma Telho. Para ele, o Congresso é lento em aprovar projetos que melhoram a eficiência e velocidade dos processos, mas rápido em tentar negociar anistias para o caixa dois e as repatriações de dinheiro no exterior. Ferreira entende que, apesar da crise ética, a Promotoria é quem processa criminosos junto com agentes políticos probos. ;Condenar agente político é a paixão do Ministério Público;, critica o jurista. ;É preciso ter mais critério.;Em entrevista ao Correio há duas semanas, o ministro da Transparência, Torquato Jardim, alertou para a participação do crime organizado na campanha.
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