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Rodrigo Janot tenta criar procuradoria anticorrupção até fim de mandato

Em agosto de 2015, quando pediu votos da categoria para ganhar mais um mandato como chefe do Ministério Público, Janot prometeu criar órgão para fortalecer o combate ao crime


Janot tem até setembro de 2017, quando encerra seu segundo mandato, para conseguir dar vida ao plano. A PGR pretende contar com apoio do Executivo para usar servidores e inteligência de órgãos de controle como Receita Federal, Banco Central e Cade. Os próximos passos são oficializar o debate interno - que já existe nos bastidores - e intensificar o diálogo com o Executivo, iniciado na gestão Dilma e que continua no governo Michel Temer.

Pedido para fatiar ;inquérito-mãe; cita ;práticas espúrias;
Ao pedir ao Supremo Tribunal Federal o fatiamento do maior inquérito da Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que políticos do PT, PMDB e PP usaram os partidos para "perpetração de práticas espúrias". "Alguns membros de determinadas agremiações se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias", escreveu Janot.

O procurador-geral da República pediu na quarta-feira, 29, que o "inquérito-mãe" da Lava-Jato, que apura a formação de organização criminosa por políticos e empresários para viabilizar o esquema de corrupção na Petrobrás, seja dividido em quatro partes. Oficialmente, 39 pessoas são alvo do inquérito, mas, há cerca de cinco meses, Janot pediu a inclusão de quase 30 novos nomes na apuração, dentre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O "inquérito-mãe" foi aberto em março de 2015.

Janot pediu para manter na investigação já em trâmite nomes ligados ao PP e abrir outras três frentes de investigação: uma relacionada ao PT, uma ao PMDB na Câmara e uma quarta relativa ao PMDB no Senado. O pedido de divisão da investigação e inclusão dos nomes solicitados em maio será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF.