Uma pesquisa conduzida pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) junto a 253 presidentes e diretores de empresas mostra que, para 74,2% dos entrevistados, os primeiros 30 dias do governo Temer foram "neutros". Na avaliação desses executivos, o presidente Michel Temer ainda precisa demonstrar sua capacidade de reverter o cenário de recessão. Eles estão, de acordo com o levantamento, "aguardando medidas duras e demonstração da capacidade de gestão e de governabilidade do novo líder".
[SAIBAMAIS]Uma parcela de 20,6% dos executivos consultados pela Amcham avaliou de forma "positiva" o primeiro mês de governo, identificando "a condução de boas iniciativas que deverão reverter o cenário econômico negativo". Já 5,2% consideram "negativas" as ações e medidas adotadas por Temer na presidência A pesquisa da Amcham foi realizada na manhã desta última terça-feira (4/10), durante o evento Brasil 2017 promovido pela entidade, em São Paulo.
Ao comentar as perspectivas para 2017, a maioria dos empresários (79,1%) afirmou, no entanto, estar "esperançosa" e com expectativa de retomada do crescimento no médio e longo prazos. Outros 11,9% estão "confiantes" e acreditam em recuperação no curto prazo. Já 9,1% registraram "desconfiança", com incertezas em relação à capacidade de impulso da economia com o novo presidente.
PEC dos gastos e prioridades Na perspectiva de 54,4% dos entrevistados pela Amcham, Michel Temer conseguirá liderar a aprovação da PEC 241, que trata do teto dos gastos públicos. Esses executivos acreditam, porém, que o governo seguirá no curto prazo com propostas de aumento de impostos. Para 19,8%, a aprovação da PEC 241 acontecerá e eliminará a necessidade de impostos extras. E 11,5% avaliam que Temer não terá capacidade de aprovação e que o cenário será de aumento de tributos. Já 14,3% dos consultados não opinaram.
Na avaliação dos executivos, além do programa de concessões, existem outras áreas prioritárias para a reativação da economia. São elas: produtiva (53,4%), com ações que garantam a competitividade da indústria; comércio exterior (15,8%), com incentivos e acordos internacionais preferenciais, bilaterais e de convergência regulatória; educacional (15,8%), com formação técnica e de mão de obra em áreas chave, como ciências exatas, engenharia e de pesquisa; e inovação (15%), com investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços.