O Supremo Tribunal Federal (STF) , dividido, decidiu, no voto de minerva da presidente Carmen Lúcia, por 6 a 5, que réus condenados em segunda instância podem ser presos, mesmo com o direito de recorrer da sentença em outras instâncias. Foram favoráveis à prisão, além de Carmen Lúcia, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux e Gilmar Mendes. Seguiram o relator, Marco Aurélio Mello ; contrário à prisão -- os ministros Dias Toffoli, Rosa Weber , Ricardo Lewandovski e Celso De Melo.
;Não me parece que a prisão em segunda instância seja um erro jurídico;, cravou Carmen Lúcia, lembrando um caso de que um réu confesso de homicídio demorou mais de uma década para que fosse levado a julgamento. ;Tempos são estranhos. Neste tarde, celebramos os 28 anos da Constituição que chamamos de cidadã;, lamentou Marco Aurélio.
O assunto, polêmico, surgiu durante o julgamento de um habeas corpus no STF, em fevereiro deste ano. Na época, a maioria dos integrantes do Supremo chegou à conclusão de que, após a condenação em segunda instância, ainda que permaneça o direito de recurso à sentença, é possível a decretação da prisão do condenado.
A decisão do STF abriu uma brecha para que diversos juízes adotassem a mesma jurisprudência em casos concretos em todo o país. No seu voto de relator, Marco Aurélio defendeu que fosse concedida uma liminar para libertar todos os réus que foram presos com base na decisão tomada pelo tribunal em fevereiro.