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Politica

Para Alckmin, governo Temer precisa 'convencer' sobre reformas

O governador insistiu na necessidade de o país criar um ambiente de retomada do crescimento econômico



"A campanha começou bem porque começou de maneira democrática, com as prévias. Foi o caminho mais importante, com o voto de mais de 20 mil filiados. Deu legitimidade", afirmou. Sobre prévias em 2018, respondeu: "Sempre defendo a democracia dentro de casa". Alckmin lembrou que o ex-governador Mario Covas fez questão de se submeter a prévia em 1989, embora fosse o único pré-candidato do partido à presidência da República.

O governador disse que, em São Paulo, fará o "ajuste do ajuste", diante da previsão de queda de receita no orçamento do ano que vem. "Ajuste fiscal é obra permanente, não tem fim. Você sempre pode fazer mais e melhor com menos dinheiro. Vamos fazer o ajuste do ajuste no que vem para garantir investimentos, senão não vai investir", afirmou.

Questionado sobre a crítica de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ao "espetáculo midiático" de procuradores da Operação Lava-Jato em Curitiba ao acusarem o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser o comandante da "propinocracia", Alckmin concordou com a fala. "Ele tem razão, ribalta é para quem disputa eleição, os operadores do Direito, seja o Ministério Público ou a Justiça, precisam um pouco mais de cautela".

Alckmin evitou comentar decisão do desembargador Ivan Sartori de absolver policiais militares envolvidos no massacre de 111 presos no Carandiru, presídio desativado da capital paulista. Preferiu criticar o excesso de judicialização e defendeu a prisão de réus condenados em segunda instância, em vez da espera até o julgamento do último recurso.

O governador insistiu na necessidade de o País criar um ambiente de retomada do crescimento econômico. "O Brasil precisa crescer, não pode ser o último da fila. Você tem uma espiral muito dura de baixo consumo, baixa produção, desemprego e realimenta a espiral recessiva. Tem que retomar a agenda de competitividade. O Brasil tem 3% do PIB mundial. Em algumas áreas da indústria, há 40% de ociosidade e temos 12 milhões de desempregados. A política fiscal tem que ser dura. Juros altos sobrevalorizam a moeda e tiram competitividade. Além da questão fiscal, precisa reduzir juros e ter agenda de competitividade", finalizou.