O juiz Sérgio Moro, figura mais conhecida da Operação Lava-Jato, disse nesta quinta-feira (6/10) que "crimes cometidos por poderosos encontrarão uma resposta na Justiça criminal". Moro se referiu ao julgamento histórico desta quarta-feira (5/10) no Supremo Tribunal Federal (STF). Por seis votos contra cinco, os ministros decidiram que condenados em segunda instância judicial já podem ir para a cadeia.
[SAIBAMAIS]O julgamento estava empatado em cinco a cinco. Coube à presidente da Corte, Cármen Lúcia, o desempate. Ela votou pela execução de pena de prisão já quando houver decisão de colegiado - Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais. Os condenados poderão continuar na trilha dos recursos sem fim, mas na prisão.
Em 2015, Moro capitaneou com a Associação dos Juízes Federais uma ofensiva pelo cumprimento de pena de prisão em segundo grau. A reação foi imediata: juristas e advogados criminais fecharam um cerco sem tréguas ao juiz da Lava-Jato.
Na avaliação de Moro, o Supremo decidiu que o país "não é uma sociedade de castas". "Com o julgamento de ontem, o Supremo, com respeito à minoria vencida, decidiu que não somos uma sociedade de castas e que mesmo crimes cometidos por poderosos encontrarão uma resposta na Justiça criminal", declarou o juiz, condutor das ações penais que culminaram na prisão de políticos, empreiteiros, doleiros e ex-dirigentes da Petrobras - foco do maior esquema de corrupção já descoberto no País. "Somos uma democracia, afinal", concluiu Moro.