Candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSOL, Marcelo Freixo, disse que não está numa "cruzada santa" com o seu opositor, Marcelo Crivella (PRB). No início da tarde desta quarta-feira (12/10), Crivella recebeu o apoio formal de Índio da Costa, candidato pelo PSD derrotado no primeiro turno. Católico, Índio garantiu aos seus eleitores que uma possível vitória do bispo licenciado da Igreja Universal não significará o aparelhamento religioso do Estado e afirmou que tem mais proximidade com Crivella do que com o que considera o "radicalismo" da esquerda.
Já Freixo passou o dia de campanha acompanhado de Eduardo Suplicy (PT), vereador mais votado em São Paulo. Por volta das 15 horas, eles visitaram uma casa de abrigo e capacitação de travestis do centro do Rio, a Casa Nem. Em uma breve passagem pelo local antes de seguir para um comício no bairro de Madureira, na zona norte, o candidato do PSOL minimizou a provocação de Índio da Costa e também o caráter religioso das eleições do Rio.
"Mais do que falar do meu oponente, prefiro falar da gente. Um dos momentos mais bonitos da minha vida foi o lançamento da candidatura da Indianara (Siqueira, travesti eleita vereadora suplente pelo PSOL). A política não é um espaço de ódio, nem da segregação, nem da exclusão", disse Freixo.
Em um momento de descontração durante o evento, Suplicy demonstrou constrangimento ao ser questionado sobre as menções à atriz norte-americana Angelina Jolie durante sua campanha a vereador de São Paulo e falou sobre o seu compromisso com a população transgênero de São Paulo. "Foi uma brincadeira que fiz quando ela (Angelina Jolie) se separou. No Facebook, disse que, no lugar do Brad Pitt, ficaria muito triste com a separação", afirmou Suplicy, ressaltando, em seguida, sua intimidade com movimentos sociais de "transcidadania".