Politica

'Precisamos fazer uma autocrítica', avalia secretário de Formação do PT

"A direção tem que provar que não houve nada errado ou pôr para fora quem fez", disse em entrevista

Agência Estado
postado em 17/10/2016 07:27
Em entrevista, o jornal O Estado de S. Paulo fez quatro perguntas para o secretário nacional de Formação do PT, Carlos Árabe, a respeito da crise que o partido enfrenta em 2016

1. As disputas internas em meio à crise podem levar a um racha no PT?

Se o congresso nacional do PT não sair e a maioria impedir sua realização vamos ter que olhar os filiados do PT que estão interessados em uma mudança radical no partido, ver as forças que acumulamos e pensar no que vamos fazer.

2. O que as correntes petistas da esquerda devem fazer caso a maioria barre a realização do congresso?

Se a maioria não quiser vamos chamar um encontro nacional informal para ver qual o rumo que devemos tomar. Chegou ao limite a nossa cota de martírio.

3. Qual o rumo que o senhor defende para o PT?

É evidente que o PT está vivendo uma enorme crise. Estamos sendo impedidos de chegar às prefeituras porque levamos o rótulo de corruptos. Assim não tem como fazer política. A maioria esmagadora dos petistas não fez nada nem aprovou nada do que está sendo investigado. Por isso precisamos fazer uma autocrítica. E o mesmo não acontece com outros partidos que têm gente envolvida na Lava Jato. A corrupção é uma cortina de fumaça para excluir o PT. Existe uma seletividade.

4. Como o senhor acha que deveria ser feita essa autocrítica?

De quem é a responsabilidade pelo que aconteceu no PT nesse último período? A autocrítica tem que começar por quem fez algo. Não vou fazer autocrítica de algo que não fiz. Sou da direção nacional há décadas e nunca aprovei nada disso. Foi tudo feito à revelia de milhares de filiados. A direção tem que provar que não houve nada errado ou pôr para fora quem fez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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