Eduardo Militão
postado em 21/10/2016 11:13
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (21/10) a 10; fase da Operação Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por suspeita de corrupção. Desta vez, os policiais fazem quatro ações de busca e apreensão por documentos, três em empresas de Minas Gerais e uma no Rio de Janeiro. Uma das empresas é a construtora Egesa, apurou o Correio.As ordens foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O órgão determinou sigilo das investigações. O governador é acusado de se beneficiar de um esquema de corrupção a partir de empresas que mantinham contratos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), no qual ele foi titular durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Até então amigo do Pimentel, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, fechou acordo de delação premiada para reduzir suas punições. Um dos episódios contados por ele dá conta que o governador ;explicou ao colaborador que havia intermediado um interesse da OAS na construção de um gasoduto no Uruguai;, na gestão do então presidente daquele país Pepe Mujica.
Segundo Bené, a OAS se comprometeu a doar R$ 3 milhões para a campanha do governador em 2014. ;Nessa contou o delator em depoimento em 12 de maio. O então ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, ;informou que tinha contatos com o então chefe da Casa Civil do (ex-)presidente (do Uruguai Pepe) Mujica, o que viabilizou a contratação da OAS para construção do gasoduto;.
Em 23 de setembro, a Polícia Federal deflagrou a 9; fase da Acrônimo, quando foi cumprir ordem de condução coercitiva contra o chefe da Casa Civil do governo mineiro, Marco Antônio Rezende Teixeira, executivos da empreiteira OAS, e ações de busca na MOP Consultoria e Assessoria Empresarial, ligada a Rezende, e na OPR, de Otílio Prado, que foi sócio de Pimentel quando a firma chamava-se P21 Consultoria. O presidente da estatal informática do governo de Minas (Prodemge), Paulo de Moura Ramos, foi alvo de condução coercitiva e busca e apreensão
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, tem criticado as ações da polícia. Hoje, ele disse ao Correio apenas que desconhecia os mandados da PF na Acrônimo. ;Essa operação já se esgotou;, disse ele ao jornal em 23 de setembro. ;O que resta é o gosto pelos holofotes e a busca desesperada de provas que não existem. E de fatos que as autoridades tiveram notícia desde o ano de 2014. Não existe nem nova fase na Acrônimo. O único fato verdadeiro é que a operação agoniza lentamente, diante das inúmeras ilegalidades e abusos praticados desde o seu início.;
A assessoria da Polícia Federal disse que uma ordem judicial a impede de prestar informações. A assessoria do STJ ainda não prestou esclarecimentos ao Correio.