O senador Marcelo Crivella (PRB), candidato a prefeito do Rio, negou, na manhã deste domingo, 23, que seu nome esteja envolvido em investigações da Lava Jato. Segundo a coluna Radar, publicada no jornal O Globo, Crivella teria pedido ajuda financeira à então presidente da Petrobras, Graça Foster, durante a campanha para o Senado. Ela o teria encaminhado para o diretor de Serviços, à época, Renato Duque, que teria providenciado a impressão de 100 mil banners, avaliados em R$ 12 milhões. As informações constariam da delação premiada que Duque negocia com o Ministério Público Federal.
[SAIBAMAIS]"Não houve expedientes dos mais torpes aos mais violentos que contra nós não fossem empregados. Eu lamento profundamente que mais uma vez a Rede Globo de Televisão, a quem nós temos muita admiração pelos filmes e futebol, na hora da eleição, meu Deus do céu, a gente fica triste porque publica notícias sem apuração A manchete de hoje é uma piada. Não tem uma fita gravada, um documento, uma investigação. Esse inquérito da Lava Jato eu acompanhei bem. Há anos ele está correndo e não houve sequer uma menção. Tenho certeza que lá do céu o doutor Roberto deve estar triste: ;a que ponto chegou o jornal que eu fundei;", disse Crivella. "Diz a respeito de banners, milhões e milhões de banners. Todo mundo sabe que as minhas campanhas sempre foram modestas, andando na rua, sem alianças. É o desespero na qual eles dizem que receberam tudo isso. Mas tenho certeza que o povo do Rio sabe discernir e há de entender que isso tudo são apenas intrigas"
Crivella participou de caminhada pela orla de Ipanema. Foi a primeira aparição do candidato desde que a revista Veja revelou que ele já foi detido sob acusação de invasão de domicílio e o inquérito sumiu dos arquivos da Polícia Civil por 26 anos. O próprio senador guarda os documentos em casa, inclusive com o negativo das fotografias feitas no momento de sua detenção. Crivella alega que a prisão ocorreu por abuso de poder e o delegado lhe entregou o inquérito por ter se "arrependido". Ele também criticou a Veja. "A que ponto chega uma revista, publicar na capa uma foto de 26 anos atrás de uma história absolutamente irrelevante?", afirmou.
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Cerca de 400 pessoas caminharam pela área de lazer e também pela ciclovia, entre o Arpoador e a Praia do Leblon. Na concentração para a caminhada, seguranças procuravam jornalistas que estivessem com crachá das Organizações Globo. Uma fotógrafa do jornal O Globo chegou a ser interpelada, sob acusação de "estar contra o Crivella". A profissional se afastou. Em seguida, os jornalistas começaram a ser filmados e fotografados. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas retiraram seus crachás.