A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, reagiu hoje às declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros, que, na segunda-feira, classificou como ;juizeco; Vallisney de Souza Oliveira, juiz que deu a ordem de prisão contra policiais legislativos no Senado.
Sem citar Renan, a ministra considerou ;inadmissível; que um juiz seja tratado de forma desrespeitosa. ;Todas as vezes que um juiz é destratado, eu e cada um de nós, juízes, somos também;, disse Cármen Lúcia na reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão comandado por ela.
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A presidente da Suprema Corte disse que, para o bom funcionamento da democracia, um poder deve respeitar o outro. E acrescentou que o Judiciário ;exige; respeito do Legislativo e do Executivo. ;Não há a menor necessidade de, em uma convivência democrática, livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade;, defendeu. ;Um Judiciário forte é uma garantia para os direitos do cidadão.;
Prisão
Oliveira autorizou, na sexta-feira 21, a prisão de quatro policiais legislativos, além de uma operação de busca e apreensão na sede da polícia legislativa no Congresso Nacional. Na segunda-feira, 24, Renan além de chamar Oliveira de ;juizeco;, classificou a operação de fascista.
;Somos todos igualmente juízes brasileiros querendo cumprir nossas funções. Espero que isso seja de compreensão geral (...) O mesmo respeito que nós Poder Judiciário dedicamos a todos os órgãos da República, afinal somos sim independentes e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso;, finalizou Cármen.