Agência Estado
postado em 29/10/2016 13:31
Das 18 capitais que terão votação no segundo turno neste domingo (30), em no mínimo 11 delas a disputa deve ser definida com uma margem pequena de votos, segundo apontam pesquisas divulgadas pelo Ibope até sexta-feira (28). O instituto realizou pelo menos um levantamento em cada uma das cidades.
Em cinco das capitais - Aracaju, Belém, Belo Horizonte, São Luís e Curitiba - as pesquisas mais recentes indicam situação de empate técnico entre os dois candidatos. Em outras sete, a diferença entre os adversários supera a margem de erro, mas ainda mostra disputa acirrada, com vantagens de até dez pontos porcentuais. É o caso de Campo Grande, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Vitória e Florianópolis.
No outro extremo, candidatos aparecem com ampla vantagem em relação aos adversários em seis cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, Marcelo Crivella (PRB), desponta com 61% das intenções de votos válidos - quando são excluídos os brancos, nulos e indecisos -, tendo 22 pontos porcentuais de diferença para Marcelo Freixo (PSOL), que aparece com 39%.
Em Recife, a vantagem é do atual prefeito e candidato à reeleição, Geraldo Júlio (PSB), que tem 60% das intenções de voto válido, contra 40% do petista João Paulo. Situações semelhantes ocorrem em Porto Velho, Maceió, Goiânia, Macapá e Cuiabá.
Novas pesquisas
Em Campo Grande, a diferença de Marquinhos Trad (PSD), que era de 26 pontos porcentuais no levantamento divulgado no dia 14, caiu para dez pontos na pesquisa publicada nesta sexta (28). Ele aparece com 55% das intenções de voto, ante 45% da sua adversária na disputa, a tucana Rose Modesto.
O mesmo ocorreu em Florianópolis, em que Ângela Amin (PP) conseguiu se aproximar de Gean Loureiro (PMDB) e também ficar a dez pontos porcentuais (55% a 45%) na pesquisa divulgada sexta (28). Antes, a vantagem do peemedebista era de 34 pontos.
O levantamento é semelhante ao cenário da disputa em Porto Alegre, onde o Ibope mostrou nesta sexta (28) vantagem de Nelson Marchezan (PSDB), com 56% das intenções de voto, 12 a mais do que Sebastião Melo (PMDB), que tem 44%. A distância chegou a ser de 16 pontos.
Equilíbrio. Para o cientista político José Paulo Martins Júnior, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), esse equilíbrio de forças é uma sinalização positiva dentro do sistema democrático. "Se tem segundo turno, a tendência é que existam dois grupos fortes com potencial eleitoral equivalente", diz.
Para Humberto Dantas, cientista político do Insper, não é possível generalizar o cenário político das capitais, pois a realidade de cada uma deve ser levada em consideração. "A gente tem visto eleições com características muito diferentes. No Rio de Janeiro, os polos da esquerda e da direita foram para o segundo turno. Mas, ao mesmo tempo, é estranho que, em Porto Alegre, a eleição tenha começado com a liderança de dois candidatos da esquerda e ela tenha ficado fora da disputa agora", afirma.
Dantas cita Recife e Fortaleza como capitais em que a situação é mais similar, uma vez que ambas têm seus atuais prefeitos na disputa do segundo turno.
Para ele, a quantidade significativa de votos brancos e nulos do primeiro turno pode se repetir no domingo, assim como o chamado "voto útil". "No Rio, com a esquerda e a direita mais definidas, o eleitor do centro pode ficar sem opção, e aí muitas pessoas não iriam à urna pelo voto, mas pelo veto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.